Igual a 2007? (18/11)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Há dois anos, o Galo se superou e venceu os três últimos jogos. Tenta repetir feito nesta reta final da competição

Em sua centenária história, o Atlético teve de usar a superação para atingir seus objetivos, seja na conquista de títulos, ao evitar eliminações ou voltar à elite do futebol nacional. Agora, na reta final do Campeonato Brasileiro’2009, recorre novamente a essa característica para continuar sonhando com o título, além de assegurar o mais rapidamente possível a vaga na Copa Libertadores’2010.
O objetivo é conquistar três vitórias sobre Internacional – domingo, às 19h30 – e Corinthians (dia 6), no Mineirão, e Palmeiras (dia 29), em São Paulo, como fez há dois anos. No Brasileiro de 2007, a equipe chegou à 36ª rodada vindo de três empates e apenas uma vitória e conseguiu vencer os últimos três jogos, o que lhe permitiu subir do perigoso 14º lugar para a honrosa oitava posição, até hoje a segunda melhor colocação do clube desde que foram adotados os pontos corridos – a melhor foi logo na estreia, em 2003, quando foi sétimo.
Agora, o Galo também soma apenas uma vitória nos últimos quatro jogos, mas o desempenho é pior ainda que há duas temporadas, pois foram três derrotas. Alguns jogadores que estiveram em campo naquela ocasião, como o atacante Éder Luís, o lateral-direito Coelho e o lateral-esquerdo Thiago Feltri, continuam no clube e sabem o que fazer para repetir a bela arrancada. “Nosso momento hoje é melhor que em outros anos, quando não brigávamos por nada ou só para não ser rebaixados. Respeitamos o Inter, mas a vitória agora é uma necessidade para continuarmos brigando por nossos objetivos. Uma vaga na Libertadores seria muito importante”, disse o jogador, lembrando que desde 2001 o clube não disputa a competição continental.
Nem por isso ele deixa de falar no título. Por isso convoca o torcedor atleticano a mais uma vez apoiar o time, domingo. “A torcida faz a diferença e tomara que entenda nosso momento. Precisamos de todos para buscarmos a vitória, fundamental para nosso futuro. Quem for ao Mineirão pode acreditar que verá um time brigando o tempo todo pelo resultado. Será preciso paciência, pois vamos enfrentar um adversário forte, e tomara que ela nos ajude”, argumentou.
Éder Luís está especialmente motivado para os últimos jogos deste ano, pois vem marcando gols, como fez na derrota para o Coritiba e na vitória sobre o Goiás. Se repetir 2007 será ainda melhor, pois, naquela oportunidade, deixou sua marca nas três partidas finais do campeonato.
Para que o Atlético volte a vencer e continue na briga pela vaga na Libertadores, a tradicional reunião de começo de semana na Cidade do Galo foi especial. Todos consideraram a conversa muito boa, especialmente o técnico Celso Roth. “Foi um papo normal, podemos chamar de reunião ordinária, como sempre fazemos. Falamos sobre os erros cometidos contra o Coritiba, que se juntaram aos apresentados diante do Flamengo, destacando a importância de corrigi-los rapidamente. Se São Paulo e Flamengo, os primeiros colocados, estão falando em mobilização, imagine nós. Agora é o momento do tudo ou nada. Respeitamos o Inter, mas é a nossa hora”, afirmou o treinador.
Segundo ele, a situação exige que cada um dê um pouco mais de si no trabalho, que se concentre. Afinal, o Atlético criou grande expectativa no torcedor pela boa campanha que fez e agora tem de saber reagir. “Quem não tiver condições de aguentar este tipo de pressão não pode jogar no Atlético.”
Tática repetida Ontem a imprensa pôde ver o treino técnico comandado por Roth, mas hoje ele repetirá a estratégia da semana passada, só abrindo a atividade, marcada para o período da tarde, quando achar conveniente, normalmente no final.
Apesar do mistério, o treinador não deverá fazer muitas mudanças no time, pois já estamos no fim da temporada. Assim, a única alteração deve ser a volta do zagueiro Welton Felipe, recuperado de contusão muscular, que entra no lugar de Benítez, suspenso por ter sido expulso em Curitiba.Quem não participou dos trabalhos ontem foi o lateral-esquerdo e armador Júnior. Ele não foi relacionado para o jogo com o Coritiba e teve permissão da diretoria e comissão técnica para resolver problemas particulares em São Paulo.