quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Por que não voltar atrás? (25/11)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Celso Roth, que se mostrava contra mudanças profundas no fim de temporada, já admite trocar a defesa e o meio-campo

Na semana passada, o técnico do Atlético, Celso Roth, afirmou que, faltando tão pouco tempo para o fim do Campeonato Brasileiro, não seria prudente promover mudanças profundas na equipe. Depois da derrota por 1 a 0 para o Internacional, no Mineirão, a terceira seguida, ele mudou de ideia e já pensa em alterar o time para os dois jogos que restam nesta temporada.
A maior preocupação do treinador é com o sistema defensivo. Afinal, o Galo tomou nada menos que 10 gols nos últimos cinco jogos, média de dois por jogo. “Temos outro confronto direto pela frente. Vamos nos organizar e ter o cuidado de não cometer os mesmos erros dos últimos três jogos. Temos de parar de tomar gol, ainda mais no começo das partidas. Para isso, vamos rever algumas situações”, argumentou Roth.
O discurso começará a ser posto em prática hoje, quando ele comanda treino em dois períodos, na Cidade do Galo. O certo é que vai mudar a zaga em relação à última partida, pois Welton Felipe sofreu novo estiramento na coxa direita – em músculo diferente do que o afastou dos gramados por mais de dois meses – e não joga mais este ano, segundo o médico Rodrigo Lasmar.
O mais provável seria que Benítez voltasse ao time, pois vinha sendo titular até ser expulso contra o Coritiba, mas também existe a possibilidade de Alex Bruno formar dupla com Werley. Tanto por ter entrado bem contra o Internacional quanto porque o paraguaio está na pauta de julgamentos do STJD pelo cartão vermelho diante do Coxa, podendo ter de cumprir mais jogos de suspensão. “Vamos trabalhar as duas opções ou mesmo uma delas”, disse o treinador, dando a entender que o ex-são-paulino sai na frente na briga pela vaga.
Também não estão descartadas mudanças no meio-campo. Afinal, a marcação tem de começar na frente para não sobrecarregar a defesa. “Como já disse, time que não marca bem não joga bem”, afirmou o técnico.
Se muda peças, ele espera que não mude a disposição apresentada pelos atletas nos últimos jogos. Afinal, segundo Roth, o time tem se dedicado, procurou a vitória o tempo todo contra Flamengo, Coritiba e Internacional, faltando apenas ser mais feliz. “Nosso espírito de luta foi grande nesses jogos, mas faltou qualidade. Por isso não podemos achar que está tudo bem. Nas decisões, em jogos contra concorrentes diretos, não demos o retorno esperado e que tentamos dar. Por isso, vamos trabalhar para reencontrar nosso caminho.”
Mostrando que vontade realmente não está faltando ao Galo, o volante Carlos Alberto, que vem sendo titular da lateral direita, deixou claro que pretende atuar contra o Palmeiras, mesmo que os médicos tenham diagnosticado fratura no nariz, consequência do choque com o goleiro Lauro, do Inter, domingo.
“Não estou sentindo dor, o tratamento tem sido bom e vou ver se consigo treinar a partir de quinta-feira (amanhã) para estar bem no jogo. Já passei por isso em 2002 (quando atuava pelo Figueirense) e deu tudo certo, o que espero que ocorra de novo. Não quero ficar fora desta partida, tão importante para o Atlético”, afirmou o jogador, que descarta usar máscara de proteção, pois não se adaptou quando da primeira fratura no nariz.
Declarações fora de hora Para que nada atrapalhe o Galo nestes últimos dias da temporada, está valendo evitar qualquer tipo de rusga fora do campo. Por isso, o armador Correa aproveitou ter sido escolhido para a entrevista coletiva, ontem, para pedir desculpas pelas declarações depois do jogo diante do Colorado – ao deixar o gramado ouvindo vaias, ele disse que a torcida devia ser mais feliz em 2006 ou 2007, “quando caiu para a Segunda Divisão ou brigou para não cair”, contrariando alguns torcedores.
“Em nenhum momento quis ofender quem quer que fosse. Vim para cá para conquistar títulos e seria burro de criticar uma torcida que tanto tem ajudado. Estava de cabeça quente, pois não gosto de perder, como também devia estar o torcedor, que certamente não considera o Atlético um ‘timinho’, como foi gritado. Se ofendi alguém, peço desculpas e podem ter certeza de que estamos comprometidos com o Galo”, afirmou o volante.
POUCOS MINEIROS
O atacante Diego Tardelli e o técnico Celso Roth são os nomes do Atlético indicados como finalistas do prêmio Craque do Brasileirão, promovido pela CBF. Além deles, só o lateral-direito Jonathan, do Cruzeiro, representa o futebol mineiro. Vice-artilheiro da competição, com 18 gols, um atrás de Adriano (Flamengo), o camisa 9 alvinegro disputa o prêmio com Fernandinho (Barueri) e Fred (Fluminense). Para treinador, concorrem também Andrade (Flamengo) e Silas (Avaí). Na lateral direita, os outros candidatos são Leonardo Moura (Fla) e Vítor (Goiás). A festa da premiação será em 7 de dezembro, um dia depois da última rodada, no Rio. Na ocasião, os campeões das Séries A, B (Vasco), C (América) e D (São Raimundo-PA) receberão os troféus e medalhas correspondentes.

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