segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O visitante perfeito

Jogo em casa contra o Galo tem sido a alegria dos anfitriões. E não foi diferente para o Peixe, que atacou mais e venceu com justiça, apesar de fazer um gol polêmico

Estado de Minas

Publicação:23/08/2010 07:00

Mais uma vez se mostrando instável e sem padrão de jogo definido, o Atlético sofreu a 10ª derrota em 15 jogos pelo Brasileiro: 2 a 0 para o Santos, na Vila Belmiro. O resultado manteve o Galo, 18º colocado, pela sexta rodada consecutiva na zona do rebaixamento. E consolidou sua condição de pior visitante da competição: cinco derrotas e um empate.
Antes da partida, era evidente o contraste entre os momentos das equipes. Bastava olhar para os bancos de reservas. No santista, as sorridentes caras jovens evidenciavam os frutos dos cuidados com a base. No atleticano, semblantes calejados traíam a tensão pela fase difícil. O único a sorrir era Vanderlei Luxemburgo, quando foi cumprimentado por Neymar.
O técnico, aliás, surpreendeu com as mudanças no time. Em vez de lançar Rafael Cruz e Diego Macedo nas laterais, optou por três zagueiros e o armador Ricardinho improvisado de ala pela esquerda. Setor que, o jogo demonstraria, era um dos pontos fracos dos mineiros. Na frente, em vez do anunciado Obina, entrou Neto Berola.
Enquanto o Santos exibia alegria e descontração, com trocas rápidas de passe e muita movimentação, o Atlético era burocrático, às vezes com jogadores se embolando no mesmo setor. Consequência disso foi que o Peixe teve a primeira grande chance aos 10min, em cruzamento de Ganso pela direita e cabeçada de Zezinho, salva primeiramente por Aranha e em seguida por Lima.
A partir daí, o Galo tratou de valorizar mais a troca de passes e equilibrou as ações. Tardelli assustou Rafael dois minutos depois, ao exigir boa defesa do goleiro. O jogo se tornou igual, com chances alternadas. Mas as bolas altas na área atleticana preocupavam. Ainda mais que o lado esquerdo defensivo praticamente inexistia. Mas, no ataque, os visitantes passaram também a incomodar. Neto Berola era a referência. Com sua velocidade, o time criou suas três melhores oportunidades no primeiro tempo, uma delas bem contida pelo goleiro.
PÊNALTI DUVIDOSO O Atlético terminou o primeiro tempo melhor, mas voltou irreconhecível e extremamente recuado do intervalo. Aos 12min da segunda etapa, com os santistas dominando, um lance polêmico mudou a partida. Zezinho tentou cruzar da esquerda, a bola bateu no braço direito de Werley, ligeiramente aberto. Heber Roberto Lopes considerou pênalti, muito questionado pelos jogadores atleticanos e bem cobrado por Neymar.
“Sabíamos que seria um jogo difícil e teríamos de ter cautela na defesa. Mas a jogada do pênalti mudou tudo. Reclamo do critério do árbitro, pois a mão do Werley estava junto ao corpo. Eu não marcaria. Queria ver se fosse no nosso campo, se ele marcaria pênalti”, lamentou o zagueiro Lima. Werley também protestou: “Minha mão estava junto ao corpo. Sei que é um lance muito difícil, mas não ampliei o meu raio de ação”.
Perdendo, Luxemburgo mexeu no time. Trocou o mesmo Werley pelo volante equatoriano Edison Méndez e um atacante por outro: Neto Berola por Obina. Em princípio, deu resultado. O Galo passou a dominar. Mas, aos 33min, o ex-americano Danilo, que já havia marcado gol duas vezes contra os atleticanos no Campeonato Mineiro, aumentou, ao receber precioso passe de Neymar. O Atlético desmoronou e acabou correndo o risco de sair goleado da Vila Belmiro.

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