terça-feira, 31 de agosto de 2010

Frustração a cada rodada

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Publicação:30/08/2010 07:00

Ipatinga – O técnico Vanderlei Luxemburgo, que no início do jogo, teve um encontro de cavalheiros com o treinador adversário, Luiz Felipe Scolari, ouviu, no fim, o que não esperava de uma torcida que o recebeu de braços abertos quando em sua chegada ao Galo. Revoltados, muitos torcedores exigiam a sua saída e exibiam cédulas, chamando os jogadores de mercenários. Afinal, a cada rodada do Campeonato Brasileiro fica uma certeza: o Atlético é um time instável. E, desta vez, nem a massa ajudou. Ela até fez a sua parte, comprou todos os ingresso e compareceu em peso ao Ipatingão. Mas outra vez voltou para casa frustrada com mais uma derrota do Galo – a 11ª na competição –, desta vez para o Palmeiras, de virada, por 2 a 1, ontem, no Vale do Aço.
O resultado manteve o Galo na zona de rebaixamento. Se vencesse, deixaria a incômoda posição, beneficiado pelo empate do Prudente com o Ceará (2 a 2), em Fortaleza. Agora, terá de reagir fora de casa, contra o também desesperado Goiás, quarta-feira, no Serra Dourada. O Verdão jogará contra o líder, Fluminense.
“Perdemos para nós mesmos”, admitiu o atacante Diego Tardelli, que não conseguiu jogar o que sabe diante do time paulista, logo após o confronto. De fato. O Galo até tocou com habilidade, explorando as laterais do campo, sobretudo, e levou perigo. Por outro lado, seus erros foram fatais, colocando mais uma vez à prova a sua já tão criticada defesa.
No começo, o alvinegro perdeu uma grande chance de marcar primeiro e, de certa forma, ter mais tranquilidade na partida. Neto Berola arrancou pela direita, driblou Danilo, invadiu a área e soltou uma bomba no travessão. A bola sobrou para Ricardinho, que chutou rasteiro para fora, para desespero dos atleticanos na arquibancada do Ipatingão. Em lance parecido, o mesmo Berola arrancou pela ponta direita, tentou o cruzamento, mas foi desarmado por Pierre. Depois disso, o único lance de perigo foi em chute de longe de Rafael Jataí. Marcos, bem posicionado, desviou a bola para escanteio.
Faltou ao time de Vanderlei Luxemburgo um pouco mais de objetividade e tranquilidade, principalmente no primeiro tempo. O Galo foi até superior e mais agressivo do que a equipe de Luiz Felipe Scolari, mas foi se envolvendo nos próprios erros e o adversário gostou disso. Acreditou que seria possível marcar na puxada dos contra-ataques com Valdívia e Kléber. Além das oportunidades em cobranças de faltas e escanteios.
FALHAS CRUCIAIS O Palmeiras voltou do vestiário com uma proposta de jogo diferente. Marcou individualmente e dificultou as ações atleticanas. Ainda assim, o alvinegro achou o tão esperado gol. Serginho, que entrou no lugar de Méndez, ainda sem ritmo, lançou para Berola em profundidade na ponta direita e o atacante chutou por cobertura na saída de Marcos. Teve outras tantas oportunidades, como uma de Serginho, que entrou livre e não teve competência para concluir. E, para piorar, errou duas vezes e entregou o jogo para o rival.
Na primeira, Réver viu Kléber fazer boa jogada pela ponta esquerda, driblar Rafael Cruz e tocar para Luan chutar forte, rasteiro de fora da área. Fábio Costa, no meio do gol, espalmou para frente e Marcos Assunção aproveitou para empatar. E em mais uma falha individual, desta vez de Rafael Jataí no meio, Kléber, outra vez, iniciou o contra-ataque, recebeu na área e tocou de perna esquerda na saída de Fábio Costa para definir mais um tropeço atleticano e aumentar o sofrimento da massa, que não teve outra opção que não fosse protestar.

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