quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um fim à angústia

Ainda sem conseguir embalar na competição, Galo precisa vencer o Flamengo hoje para tentar encerrar turno longe da zona de descenso

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Publicação:26/08/2010 07:00

Nenhum outro resultado interessa ao Atlético, hoje, diante do Flamengo, às 21h, no Maracanã, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, senão a vitória. Com uma das piores campanhas na competição, o time ainda não conseguiu embalar e fazer jus ao investimento deste ano. Às vésperas de encerrar o turno, o Galo administra a angústia de integrar a zona de rebaixamento. E vê, contra o rubro-negro, a chance de começar a se livrar de área tão ingrata.
A tarefa não será das mais fáceis, pois o time carioca também está em situação pouco animadora. Mas conta a seu favor o fato de jogar em casa, onde é soberano. Em 33 partidas no Maracanã, o Galo só venceu sete. Perdeu 20 e empatou o restante.
Os números, no entanto, não impressionam o lateral-direito Rafael Cruz, que ganhou a vaga de Diego Macedo. O jogador terá a segunda chance como titular e pretende explorar a crise adversária para voltar para a capital mineira com os três pontos mais do que necessários.
“O momento não é bom, mas o Maracanã sempre proporciona grandes jogos. Acho que dá para explorar o momento deles, pois existe a pressão de jogar dentro de casa. Vamos aproveitar para tentar mudar a nossa situação. É um momento muito importante para nós. A vitória é a melhor coisa para sairmos dessa fase e estamos trabalhando forte para isso. Nada melhor que vencer para o clima ficar melhor e para ganharmos mais confiança.”
Apesar de não gostar do esquema com três zagueiros, o técnico Vanderlei Luxemburgo tende a repeti-lo hoje. Neste caso, Rafael Cruz e o estreante na lateral esquerda Eron terão papel fundamental nos contra-ataques. Eron foi a solução para o setor diante das lesões de Fernandinho e Leandro. “Por se tratar de um jogo no Maracanã, não podemos ficar jogando só pelo lado direito. Se soubermos atuar num campo grande e termos bastante atenção no setor ofensivo, conseguiremos fazer boas jogadas”, complementa Rafael Cruz.
Outra novidade será Diego Souza no ataque ao lado de Diego Tardelli. Obina foi cortado, ontem, da relação de jogadores, pois levou uma pancada na canela esquerda e será poupado. “Mais uma vez será um jogo difícil fora de casa. Ultimamente, os resultados têm sido ruins. Jogando fora de casa, teríamos de somar pontos. Mas o empate já não é bom para nós. Temos de respeitar o Flamengo, que estará mais ambientado porque jogará em casa. Mas não podemos baixar a cabeça. Temos de mudar logo para respirarmos mais aliviados no campeonato”, espera Diego Souza, que sabe bem como é enfrentar o rubro-negro lá.
Principal contratação atleticana na temporada e uma das esperanças dos torcedores, o jogador ainda não correspondeu. Ele espera que seja diante do rubro-negro, mas divide com os companheiros a responsabilidade. “Temos uma equipe forte, qualificada. Não sou apenas eu que tem de resolver as coisas. Ainda não conseguimos encaixar a parte ofensiva. Temos conseguido criar, mas não marcamos. Estou bastante à vontade, com muita liberdade e jogando onde sempre gostei de jogar. Temos de buscar os gols e vencer para sairmos dessa situação.”
COBRANÇA DE ATITUDE O presidente atleticano, Alexandre Kalil, prometeu e cumpriu. Foi ontem à Cidade do Galo e teve uma conversa de quase 20 minutos com jogadores e comissão técnica. O dirigente assumiu a culpa da situação do Galo no campeonato, mas se recusou a falar sobre a reunião. “É um assunto absolutamente interno. Sou o principal culpado porque fui eu quem contratou tudo que está aí. E uma equipe tem de saber como a liderança está se sentindo. Coloquei para eles o meu sentimento, que é o mais puro da torcida do Atlético.”
Para o dirigente, Vanderlei Luxemburgo continua prestigiado. Até porque a experiência de trocas de treinadores no Galo, em um passado bem recente, não foi das melhores. “Temos de ter cuidado nesta hora. Não tem omissão. Se o Atlético continuar mal, vocês me verão muito. Estarei aqui enquanto o time não sair da crise. Se eu soubesse o que estava faltando, certamente não estaria mais há cinco rodadas. Estamos num limite de deixar a coisa ocorrer por si só.”

Nenhum comentário: