terça-feira, 31 de agosto de 2010

Luxa reconhece que realidade do Atlético-MG é brigar para não cair 31/08/2010 - 07h01

Bernardo Lacerda
Em Vespasiano (MG)

Reconhecendo que a realidade do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro é lutar para não ser rebaixado, o técnico Vanderlei Luxemburgo destaca que sua equipe precisará encontrar uma maneira de vencer três jogos seguidos, na reta final do primeiro turno, para escapar da zona de degola.
“Se não ganhar três, quatro rodadas, vamos cair. A nossa realidade é brigar para não cair. Se eu chegar e falar que não tem mais jeito, vão falar que sou derrotado. Então eu tenho de ganhar, mas não estamos conseguindo vencer. Acredito em três vitórias, acredito que o Atlético não vai cair porque não vai cair. Acredito que o Atlético, neste pessimismo todo, vai ter uma Sul-americana muito boa, vai brigar pelo título”, afirmou Luxemburgo.
O treinador atleticano se disse triste com o momento vivido pela equipe, mas manteve o discurso otimista de que conseguirá dar a volta por cima à frente do Atlético. “Eu só estou triste, porque o elenco que nós contratamos, que montamos, os jogadores que contratamos, não está acontecendo, em um clube que nos oferece uma condição de realizar trabalho. É impossível no futebol você ter dois laterais machucados e você ter de colocar um moleque de 18 anos”, destacou.
“O Mendez que foi contratado para jogar e chegou machucado, o Daniel Carvalho que fizemos uma grande aposta com ele, chega, é expulso e depois machuca, o Serginho que nós fazíamos uma aposta, a inatividade de um ano e meio demora um pouco mais, o Obina ninguém esperava, é muita coisa que deu errado. Vocês vão falar, você tem de dar jeito nisso e eu vou dar jeito, o Atlético vai sair deste momento para um outro momento”, acrescentou Luxemburgo.
O treinador atleticano não vê falta de motivação nos jogadores. “É muito fácil falar que falta ser aguerrido neste momento que nós perdemos o jogo. Se não tivéssemos sofrido a virada ninguém ia falar isso, pois a equipe foi determinada. Esta mesma equipe que está sendo cobrada de aguerrida, conseguir manter o resultado, não será cobrado nada do tipo. Então o momento cabe todo quanto é palavra e cabe a nós mudar isso”, destacou o treinador, referindo-se ao triunfo por 2 a 1 para o Palmeiras.
Para Luxemburgo, o momento vivido pelo Atlético e a pressão pelos resultados tem influenciado diretamente o futebol dos atletas em campo. “Sem dúvida, quando o vento está contra a bola bate na bunda e não entra. Ficou bem claro ontem, é mais emocional, pois o time foi aguerrido, foi forte, conseguiu a vantagem, a partir do momento que colocou a vantagem, foi tentar defender o resultado e ficou atrás, a equipe do Palmeiras foi para cima e conseguiu a virada”, analisou.
Segundo o treinador, o diagnóstico é que está faltando tranquilidade. “É um trabalho que vamos ter de fazer, é a confiança de alguns jogadores pelo momento que estamos vivendo. Quando está tudo bom o cara aparece para dar uma caneta, quando não está, fica com medo de tomar uma vaia”, observou.
Ele lembra que o duro momento pelo qual passa o Atlético-MG é muito diferente do que imaginava quando começou seu trabalho. “É um momento muito difícil, duro, que não era nossa proposta profissional. Não fui contratado para isso, nem a comissão técnica ou jogadores. O momento é complicado, com as pessoas questionando a torcida, criticando e cobrando”, destacou.

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