terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tudo agora vira decisão

Como deixou escapar várias chances de sair da zona do rebaixamento, Galo se complicou e agora se vê obrigado a ter um aproveitamento de campeão se quiser evitar a temida queda

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Publicação:31/08/2010 07:00

Depois de deixar escapar mais uma chance de sair da zona de rebaixamento, ao perder para o Palmeiras, domingo, em Ipatinga, o Galo complicou-se ainda mais no Campeonato Brasileiro. E terá, agora, de começar a fazer contas. Às vésperas do returno, precisará ter um aproveitamento de campeão para evitar a queda. Tomando como base a competição do ano passado, o Coritiba, 17º na ocasião, caiu com 45 pontos e o Fluminense, hoje líder, escapou com 46.
Em 2009, o Flamengo foi campeão com 67 pontos. Com base nesses números, o Flu, que tem 37, estaria a 30 pontos do título. Ou seja, estaria menos difícil o tricolor carioca levantar a taça do que o alvinegro mineiro evitar a queda para a Série B
Como restam 63 pontos a disputar, o Atlético, que tem somente 14, precisará somar 32 (10 vitórias e dois empates) para permanecer na elite. Pelo que apresentou até agora, o caminho atleticano será doloroso. Dos 12 próximos jogos, por exemplo, cinco serão em casa (contra São Paulo, Prudente, Vitória, Grêmio e Corinthians) e sete fora (Goiás, Vasco, Atlético-PR, Fluminense, Ceará, Atlético-GO e Internacional). Como não tem bom aproveitamento em nenhum dos dois casos, terá literalmente de suar a camisa já a partir de amanhã, às 21h, diante do lanterna, Goiás, no Serra Dourada.
O armador Diego Souza promete nova postura daqui para frente. Até porque, o Atlético não tem mais direito de errar. Se for derrotado, amanhã, trocará de lugar com o rival na tabela. “Agora só temos de pensar em jogar cada partida como se fosse uma decisão. Sabemos que se vencermos dois ou três jogos, já estaremos fora dessa situação. O objetivo no momento é virar o turno fora da zona de rebaixamento.”
Considerado a principal contratação do clube, o jogador entende as críticas que tem recebido dos torcedores. Afinal, foi eleito o craque do Campeonato Brasileiro do ano passado e não tem correspondido este ano. Mas afirma que não pretende deixar o clube.
“Esse é o meu passado. A minha história de agora eu vou construir aqui, no Atlético. E aqui não está acontecendo nada de bom. Tenho de continuar trabalhando para ajudar o time a resolver esses problemas. A gente vem jogando bem e não consegue os fazer gols. Vamos conseguir mudar essa situação já nas próximas rodadas. Não tenho o que falar. Tenho de trabalhar para vencer e crescer. Não quero sair do time. Quero estar dentro de campo nesse momento difícil para ajudar os meus companheiros e ajudar a equipe. Só saio se o professor Vanderlei (Luxemburgo, técnico) quiser.”
Os jogadores têm consciência de que o que foi feito ainda não é o suficiente. “A gente tem de se dedicar mais. Teremos jogos muito difíceis pela frente e vamos buscar o resultado o tempo todo. O time não tem mais direito de perder. Tem de ganhar”, afirma o atacante Neto Berola, que marcou o seu primeiro gol contra o Palmeiras na rodada anterior e ainda acredita em classificação para a Copa Libertadores.
ARENA DO JACARÉ O técnico Vanderlei Luxemburgo reuniu a imprensa, ontem, em Vespasiano, para avisar que a partir do returno o Atlético voltará a mandar seus jogos na Arena do Jacaré. Segundo o treinador, a falta de uma casa para o Galo é um dos motivos para a má campanha no Brasileiro.
“A torcida tem de pedir a minha saída mesmo porque tem de cobrar de quem comanda. Por isso isentei o Atlético. A administração é fantástica, o presidente Alexandre Kalil conseguiu recuperar a credibilidade do clube. A culpa é minha e dos jogadores e a cobrança nos permite crescer. Nesse momento de desconforto, quero pedir ao torcedor que compareça ao estádio e comunicar que Sete Lagoas será a nossa casa até o fim do ano. Não existe andarilho no futebol e isso nos prejudicou muito.”

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