Devidamente regularizado na CBF, Réver é a esperança atleticana de solucionar de vez o problema da defesa, a partir de domingo, contra o Santos, de Neymar, na Vila Belmiro
Publicação:20/08/2010 07:00
As duas vitórias consecutivas – sobre Prudente (Copa Sul-Americana) e Guarani (Brasileiro) – foram importantes para a autoestima alvinegra. Mas o Atlético continua a ter uma das piores defesas da competição (sofreu 26 gols) e enfrentará, domingo, na Vila Belmiro, um dos times de maior aproveitamento ofensivo do país na temporada: o Santos, que, mesmo quando é derrotado, dificilmente deixa de balançar a rede. Com a preocupação de pôr fim à marca negativa, o Galo deve ter um reforço na Baixada Santista: o zagueiro Réver, enfim regularizado na CBF.
Com a estreia do jogador, o time entrará em campo com zaga diferente pela nona vez no Brasileiro. Vanderlei Luxemburgo, entre duplas e trios, usou oito formações nas 14 rodadas já disputadas, por opção técnica, por suspensão ou contusão. Sem Jairo Campos, machucado, ele pode lançar Réver ao lado de Cáceres e Werley – formação testada ontem, no primeiro coletivo da semana, na Cidade do Galo.
“Foram semanas de ansiedade e, enfim, chegou o momento. Espero corresponder à altura ao carinho dos torcedores, dar uma resposta dentro de campo, e estou à disposição do treinador”, afirma o novato. “Cheguei e me identifiquei rapidamente. Já tinha alguns amigos aqui e acredito que não teremos problemas em campo.”
O jogador sabe da responsabilidade, diante da fragilidade defensiva atleticana. Mas não se preocupa com a pressão. “O Santos vive uma grande fase, é a sensação do ano, mas perdeu peças. Não podemos somente respeitá-lo e não nos fazer respeitar. Temos de fazer com que eles nos respeitem também, pois não podemos perder a nossa essência, depois de duas vitórias seguidas.”
É apenas uma das dicas de Réver para o Galo vencer pela primeira vez fora de casa e conquistar três valiosos pontos que podem tirá-lo da zona de rebaixamento – ontem, com a confirmação da perda de três pontos pelo Prudente, o alvinegro mineiro subiu da 18ª para a 17ª posição. “O segredo é fazer o simples. Sempre digo que, no futebol, quando se faz o simples, o resultado acontece. Temos de jogar fechados atrás para não levarmos o gol. Se conseguirmos isso, temos gente de qualidade na frente para assegurar o resultado. Se fizermos o nosso papel, a vitória será consequência.”
O Galo entrou na zona da degola pela primeira vez na sexta rodada, ao perder do Grêmio por 2 a 1, no Olímpico. Saiu na oitava, ao bater o Atlético-GO por 3 a 2, na Arena do Jacaré, mas retornou a ela ao ser derrotado pelo Internacional por 2 a 1, no mesmo local, pela 10ª rodada. “O Atlético é um clube de tradição e não está vivendo bom momento. Que esse tempo que passamos na zona de rebaixamento nos tenha servido de lição para sair desta situação. O campeonato é longo, sabíamos que haveria altos e baixos, mas está na hora de reagir”, afirma Réver.
MUDANÇA NO GOL Aranha, que será o goleiro em Santos, porque Fábio Costa não pode jogar por pertencer ao adversário, concorda. “O Atlético agregou valores ao grupo e, pelo conjunto que tem, merecia estar em situação melhor. O time não foi montado para estar nesse lugar. O trabalho está sendo bem feito e começa agora a dar resultado. O time cresceu no aspecto de conjunto, está mais unido e maduro. Temos de dar sequência ao bom momento.”
Titular na vitória de virada por 3 a 2 sobre o Peixe, que tinha Fábio Costa, ano passado, na Vila Belmiro, Aranha sabe que não é fácil superar o alvinegro praiano lá. “Tivemos a felicidade de vencer aquele jogo. Este ano, o Santos vem jogando muito bem, é muito perigoso. Portanto, temos de estar sempre bem posicionados e errar o menos possível para voltar com mais uma vitória.”
...mas logo contra quem
A novela sobre a transferência de Neymar, de 18 anos, para o Chelsea, teve ontem o final feliz que a torcida do Santos esperava. Depois de reunião com o atacante e seu empresário, Wagner Ribeiro, à tarde, em São Paulo, o presidente do Peixe, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, recusou a oferta de 35 milhões de euros (R$ 79 milhões) do clube inglês e confirmou a permanência da promessa na Vila Belmiro.
O presidente do Chelsea, Bruce Buck, tentou ontem, na capital paulista, oficializar o acerto com Neymar, artilheiro santista em 2010 (28 gols), destaque nos títulos paulista e da Copa do Brasil e convocado por Mano Menezes para a Seleção Brasileira. Mas o alvinegro praiano foi ágil e apresentou contraproposta que convenceu o jovem craque a não se transferir agora para o futebol europeu: um projeto revolucionário, com o objetivo de transformá-lo no melhor jogador do mundo, mesmo atuando no Brasil, prevendo ainda salário em torno de R$ 500 mil mensais, proporcionados por ações de marketing até no exterior.
Com o novo acordo, o garoto ganhará aumento salarial a cada vez que se destacar no Peixe. Há metas a ser cumpridas, como convocação para a Seleção, artilharia e títulos. “O projeto apresentado pelo Santos a Neymar é maravilhoso. Desde a imagem no exterior, sendo trabalhada aqui no Brasil com media training, até a assistência à família. Nunca vi nada igual”, elogiou Wagner Ribeiro.
AMADURECIMENTO Nas últimas semanas, personagens importantes do futebol, como Pelé, Zagallo e Mano Menezes, opinaram contra a saída de Neymar agora. Afirmaram que ele teria um amadurecimento no Brasil, transformando-se em jogador mais completo e versátil antes de realizar o sonho de cruzar o Atlântico. O próximo objetivo do clube paulista é apresentar projeto semelhante ao armador Paulo Henrique Ganso. “Nosso sonho é que eles disputem o Mundial de 2014 como jogadores do Santos”, anuncia o presidente.
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