sexta-feira, 2 de agosto de 2013

De alma lavada

Sensação de leveza pelo fim de um fardo com a épica conquista da Libertadores toma conta das ruas de BH, numa explosão de sentimentos em preto e branco
Bruno Freitas - Estado de Minas
Publicação:26/07/2013 08:29
Atualização:26/07/2013 08:32
A dramaticidade do jogo levou os corações mais saudáveis a mil batimentos por minuto. A emoção, dentro e fora de campo, idem. Depois de 1h45 de tempo regulamentar, 30 minutos de prorrogação, sete cobranças de pênalti e, por fim, a certeza de que a taça da Copa Libertadores’2013 estava assegurada, tudo o que o torcedor do Atlético quer é comemorar. Extravasar a felicidade, a euforia, a realização, a consagração ou qualquer outro sentimento que representasse o não mais inédito e agora maior título do Galo em 105 anos de história. Um momento para entrar na história.
E eles, apaixonados como poucos, foram para as ruas com tudo. Crianças, jovens, mães com bebês no colo, pais, idosos, todo tipo de gente, desde as primeiras horas, fizeram questão de se expressar. Seja vestindo a camisa preta e branca, seja apostando na criatividade, como um motorista que, com perigoso bom humor, dirigia usando a máscara do filme Pânico.
“Foi emoção demais e minha pressão quase caiu. Depois do jogo, saímos pelas ruas, mas como dei tudo de mim lá dentro (do Mineirão), deixei para comemorar o título ao longo da semana”, resumia, com voz rouca, a estudante Bárbara Gaeta, de 22 anos. Uma dos milhares de alvinegros que marcaram presença no Gigante da Pampulha para empurrar o Galo no triunfo sobre o Olimpia, ela fez questão de abraçar o bandeirão do clube, enquanto caminhava rumo a um compromisso. Fora as unhas das mãos especialmente pintadas de preto para a finalíssima, Bárbara descreveu tudo o que viveu num texto publicado em rede social. “Disse tudo o que é ser atleticana. Esse jogo foi a maior emoção da minha vida.”BUZINAS, FOGOS E HINO Desde as primeiras horas da madrugada, torcedores igualmente apaixonados buzinavam seus carros, soltavam fogos de artifício, tocavam o hino do clube. A Praça 7 e a sede do Atlético, em Lourdes, foram tomadas por uma multidão. Houve até quem contasse com apoio no trabalho para conseguir uma folga. Caso do projetista Filipe Ferreira, de 18. “Não consegui dormir nada. Foi só comemoração, pulando, foguete. Fui para o serviço e meu chefe, atleticano, me liberou. É só festa, é só Galo”, dizia, enquanto aguardava a chegada da taça à sede.
Sensação parecida viveu Leonardo Lanna, de 41. O médico, que chorou nos lances decisivos da decisão, revelou ter ido a Aparecida no início do ano pedir pelo título. Promessa acatada, agora pretende acompanhar o Galo de perto no Mundial de Clubes do Marrocos. “Será um presente também para minhas filhas Clarissa e Carolina, de 4 anos, e Catarina, de 5.”
As irmãs Naiara Augusta Souza, estudante, de 19, e Danielle Souza, dentista, de 26, eram pura alegria. “O amor aumenta a cada vitória”, afirmou a primeira. Para a segunda, o título teve gostinho ainda mais especial. “Todo mundo na minha casa é cruzeirense. Torci sozinha, só com a minha cadelinha. E no fim ganhamos. O sentimento é indescritível”
A festa, pelo visto, não tem dia nem hora certa para acabar.

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