terça-feira, 16 de agosto de 2011

Revolta é vista como normal

Protesto feito pelos torcedores, que exigem explicações sobre fracassada campanha, não abala jogadores do Galo. Para eles, desde que não haja violência, a cobrança está correta
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:16/08/2011 07:00
Tão logo o árbitro Leandro Pedro Vuaden, do Rio Grande do Sul, apitou o fim da partida em que foram derrotados por 3 a 0 pelo Coritiba, os jogadores do Atlético têm procurado explicações para o momento ruim da equipe. Além disso, passaram a ser cobrados por torcedores, que os receberam com gritos de repúdio no aeroporto de Confins, na noite de domingo, e também com protestos ao chegarem para a reapresentação na Cidade do Galo, na tarde de ontem.
Se no aeroporto os torcedores se mostraram revoltados, no portão do CT alvinegro o protesto foi pacífico. “Viemos para protestar e saber dos jogadores o que está ocorrendo. Eles garantiram que o time está treinando, mas que os resultados não estão acontecendo. Isso não convence mais a torcida”, disse Moisés Muzzi, presidente da torcida que organizou o evento, que contou com 12 componentes, e que promete nova reunião na tarde de hoje, desta vez na sede de Lourdes.
Antes do treino, eles conseguiram falar com o lateral-esquerdo Guilherme Santos, o volante Gilberto e o atacante Ricardo Bueno, que não está nos planos da comissão técnica. Os jogadores consideram normais as cobranças, desde que não haja violência. “O torcedor vai cobrar sempre, pois o Atlético é um clube grande, de tradição. Parei porque respeito sempre a torcida, qualquer um que me parar na rua eu vou conversar, seja de qualquer torcida, como fiz hoje (ontem), pois eles não vieram com ignorância”, disse Guilherme Santos, que descarta estar havendo corpo mole por parte de quem quer que seja no grupo alvinegro. “Isso não existe, qualquer treinador que visse corpo mole teria tirado os jogadores do time.”
Ontem à tarde, enquanto os reservas realizaram treino coletivo com a equipe júnior, Guilherme Santos e outros sete jogadores – o zagueiro Réver, os volantes Fillipe Soutto, Richarlyson, Toró e Serginho e os armadores Bernard e Wesley – se reuniram à beira do campo com o técnico Cuca. Segundo o lateral, a conversa foi a que sempre se sucede após as partidas, com o comandante mostrando algumas estatísticas e procurando corrigir erros. “Ele também perguntou se queríamos fazer sugestões, até porque temos pouco tempo de convivência. E também perguntou se estava havendo algum problema no vestiário, mas não está. O problema é que o time não está se encaixando, os resultados não estão vindo. Temos de trabalhar, nos cobrar mais, para mudar isso.”
MUDANÇA DE PLANOS Mesmo que os protestos sejam encarados com naturalidade, diretoria e comissão técnica do Atlético decidiram mudar a programação da viagem para Ipatinga. A equipe treinaria hoje pela manhã na Cidade do Galo e embarcaria às 17h, mas decidiu antecipar a viagem em três horas, treinando no fim da tarde no local da partida com o Corinthians.
Para o jogo de amanhã, Cuca não poderá contar com o zagueiro Leonardo Silva e com o volante Serginho, ambos suspensos. Além disso, ainda aguarda a palavra dos médicos quanto ao aproveitamento dos atacantes André e Neto Berola, que reclamaram dor no tornozelo esquerdo e na coxa direita, respectivamente.

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