sábado, 27 de agosto de 2011

Especial Apostas e mudanças constantes no time minguam projeto ambicioso do Atlético


Reforços não corresponderam

Dorival não encontrou a fórmula certa para o time dar resultados

Antiga dupla de ataque, com Tardelli e Obina, era o trunfo que o atual time não tem mais
Apesar de se mostrar estruturado fora de campo, clube não leva resultados para o campo
Thiago de Castro - Superesportes
Publicação:26/08/2011 07:00
Atualização:26/08/2011 10:26
Uma ótima estrutura, salários pagos em dia e um bom poder de contratação não foram fatores suficientes para o Atlético ser um concorrente às melhores posições do Campeonato Brasileiro, até o momento. Fica até difícil entender como o clube pode figurar apenas na zona do rebaixamento, e em crise.
Mas um olhar crítico consegue identificar onde começaram os problemas alvinegros de 2011. “Perderam-se referências, como Diego Tardelli e Obina, jogador que segurava a bola e fazia toda da diferença”, afirma o ídolo do clube e comentarista da TV Alterosa, Marques.
Até mesmo o presidente Alexandre Kalil reconheceu que a saída de Obina foi um “erro brutal”. E a partir dele, o efeito dominó dos problemas alvinegros se desenrolou.
Até aqui, as peças de reposição não conseguiram nem chegar perto do desempenho da antiga dupla de ataque. E jogadores contratados para as outras posições carentes também não vingaram.
Para o ex-jogador Tostão, houve um erro de avaliação da diretoria alvinegra na escolha dos nomes. “O Atlético fez péssimas contratações. Eu não concordo de jeito nenhum quando eu vejo alguém falar que não entende porque o Atlético faz uma campanha ruim se tem tantos bons jogadores. Não tem! O time é fraco, o elenco é fraco, contratou mal, jogadores que já tiveram um ‘brilhareco’ na carreira e mais nada. E o pior é que são jogadores caros”.
Muito se esperava de jogadores que já passaram por Seleção Brasileira ou já tiveram bons momentos na carreira. Contudo, em campo, o futebol apresentado é digno da posição que o clube ocupa na tabela de classificação.
“Um dos fatores (da crise) são as contratações que foram feitas e a expectativa que se criou, não correspondida em campo. Alguns jogadores chegaram com lesões, outros fora de forma, outros buscando a forma dentro da competição. Isso é sempre um fator muito complicado. É difícil. De repente, houve uma busca da diretoria, mas não se contratou pontualmente o que deveria ser contratado”, opina Marques.
O presidente Alexandre Kalil diverge dos antigos ídolos do futebol mineiro. Ele defende a montagem do grupo. “Acredito em elenco, que o Richarlyson não desaprendeu, nem o Dudu, o Guilherme, o André. Acredito nos jovens que subiram e estão indo bem. Não temos meia dúzia de bundão, mas jogadores de alto nível e que vão ter que jogar. Por isso que acredito”.
Como consequência das contratações que não se explicam, acontece uma remontagem do grupo e da comissão técnica com o Brasileirão em andamento. Saiu Dorival Júnior, chegou o ex-cruzeirense Cuca. Dos contratados no começo do ano, Jobson foi dispensado e Patric, Toró e Guilherme Santos, afastados. Simultaneamente, caras novas continuam chegando, casos de Triguinho e Pierre.
Isso tudo se junta e deixa o time do Atlético sem uma formação definida. “A equipe mexe muito e não tem uma base formada”, afirma Toninho Cerezo, outro ídolo do Galo.
Tempo de adaptação exagerado
Muitos dos contratados chegaram do exterior, como Dudu Cearense e Guilherme. Eles e outros demoram a retomar a boa forma que lhes deu fama no mundo do futebol.
O ex-atacante Marques, que jogou no exterior e teve a experiência de retornar para o país durante a carreira, acredita que o tempo de readaptação não é tão grande. “Existe diferença em jogar fora. É um futebol diferente e um jeito de trabalhar também. Mas, ao meu ver, é uma readaptação que acontece em três ou quatro semanas. Acho que esse é um tempo razoável para entrar na forma ideal para desempenhar um bom futebol”.
Medo do rebaixamento
Atualmente na 18ª colocação, com apenas 27,7% de aproveitamento no Brasileirão, o Atlético se preocupa em fugir da Série B de 2012. Para o alento dos torcedores, a visão dos analistas é de que a situação pode melhorar no segundo turno.
“Acho que o Cuca está apostando muito no segundo turno. Ao meu ver, ele está fazendo alguns testes para saber com quem pode contar. Vai começar tudo do zero. E o Cuca tem uma experiência de trabalhar com a corda no pescoço, como foi com o Fluminense. A minha expectativa é de que ele consiga tirar o máximo de cada jogador, o que ainda não aconteceu”, afirma Marques.
Tostão complementa e deixa um alerta. “Claro que tem time que não tem elenco bom, e está melhor que o Atlético. Por isso, tenho esperanças de ver o Atlético melhorar e pelo menos sair da zona do rebaixamento. Mas a situação está ficando difícil, porque os outros melhoraram e o Atlético não”. (UAI)

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