domingo, 26 de junho de 2011

De olho no futuro, boleiros investem em restaurantes, livraria e até bolsa de valores24/06/2011 - 07h03


EX-JOGADORES VIRAM EMPRESÁRIOS
Entre os ex-jogadores, o maior exemplo de empresário é Ronaldo. O Fenômeno tem a 9ine como carro-chefe. A empresa de marketing esportivo cuida da imagem de craques como o santista Neymar e Lucas, do São Paulo, Falcão, do futsal, e o lutador de MMA Anderson Silva. O maior artilheiro da história das Copas também atua em outras áreas: possui imóveis, investe na bolsa de valores e é sócio de uma importante academia.
Outros colegas que penduraram a chuteira seguem o exemplo. Recentemente, o pentacampeão mundial Junior abriu um restaurante internacional que tem a culinária francesa como especialidade, em Belo Horizonte. Já Petkovic tem uma pizzaria no Rio de Janeiro, enquanto Fábio Luciano optou por um restaurante na cidade de Vinhedo-SP

PROBLEMA CARDÍACO DÁ INÍCIO A LIVRARIA
O já aposentado Washington inaugurou uma livraria e uma construtora em Caxias do Sul, onde vive a sua mãe. O ex-atacante teve a ideia de abrir o negócio em 2003, quando precisou interromper a carreira por problemas no coração. "Além de gostar de ler, pensei na necessidade da cidade. Caxias precisava de uma livraria nova".

NEGÓCIOS INUSITADOS DOS JOGADORES
LOJA ECOLÓGICA CHAMA ATENÇÃO NO SUL
No Rio Grande do Sul, a preocupação com o meio ambiente se tornou uma prioridade na hora de abrir um negócio. O goleiro Lauro mostrou seu engajamento com as questões ecológicas ao inaugurar uma loja utilizando materiais reciclados. As araras são feitas com corrimão de ônibus e os decks construídos a partir de casca de arroz. A franquia da Container reúne várias grifes da moda mundial na Zona Sul de Porto Alegre.

Jogadores de futebol investem seu dinheiro nas mais variadas áreas de negócios
Luiza Oliveira*
Em São Paulo
Já virou senso comum que jogadores de futebol ganham rios de dinheiro e muitos deles gastam sem qualquer cerimônia com carros, roupas, mulheres e outras futilidades. Mas este cenário vem mudando ao longo dos anos. Os atletas estão cada vez mais preocupados com o futuro e fazem investimentos para fazer render o dinheiro conquistado com o esporte.
Imóveis, fazendas, grupos musicais, marcas de roupas, restaurantes e até bolsa de valores: são vários os interesses dos ‘novos empresários’. Cada vez mais bem assessorados, eles adquiriram consciência de que a carreira é curta e é preciso pensar na família e na vida após pendurar a chuteira.
O zagueiro Paulo André foge do estereótipo do jogador de futebol e é exemplo de um profissional engajado. Ele luta pelos direitos dos atletas e até faz um trabalho de consultoria para auxiliar os colegas a investir de maneira segura e eficiente.
Sua especialidade é a bolsa de valores. Os termos técnicos e o stress dos pregões parecem bem distantes da alegria e espontaneidade do futebol, mas para o corintiano podem andar, ou melhor, trabalhar juntos. Até nas pausas dos treinamentos, ele monitora o pregão do Ibovespa pelo laptop, prática que aprendeu quando atuava no futebol francês e já ‘contaminou’ colegas como Ronaldo Fenômeno, Iarley e o aposentado William.
Há quem esteja bem longe do mercado financeiro, mas também se preocupar em valorizar seu ‘ganha-pão’. O goleiro Fabio não divide sua atenção apenas entre a meta do Cruzeiro e as listas de convocação de Mano Menezes. Esbanja conhecimento em negócios que vão desde a construção civil até gado.
O arqueiro é proprietário de uma rede de flats em Belo Horizonte e tem fazendas nos Estados do Paraná e Mato Grosso, sua terra natal. Fabio comercializa laticínios em parceria com um supermercado da capital mineira e investe em gado para corte: compra os bezerros, faz a ‘engorda’ e depois os vende.
“Em negócios, você tem de diversificar o máximo possível e em várias áreas para ter lucro. Não podemos investir apenas numa coisa. No caso dos imóveis, a gente vê que tem futuro hoteleiro e investe. É feita uma pesquisa onde há crescimento e é analisada a rede hoteleira. Acho que é um bom investimento”, disse.
Na mesma cidade, mas do outro lado da Lagoa, Mancini também faz seu pé de meia antes de encerrar a carreira. O empreendimento escolhido chama a atenção por ser inusitado. O meia do Atlético-MG se juntou a quatro sócios e abriu um restaurante fast food de comidas típicas da Turquia e Grécia, o Gyrus, que ele pretende expandir para outras cidades.
O jogador dá até uma de garoto-propaganda e indica o Kebab, um prato oriental à base de carne que é a especialidade da casa. “Decidimos investir nesse tipo de culinária porque não tem em Belo Horizonte. Fizemos muitos estudos para poder implantar aqui essa marca que é muito encontrada na Alemanha”, disse.
Conhecido pela beleza, pelas opções de lazer e pelo estilo despojado, o Rio de Janeiro também tem empresários que são a cara da cidade. O maior ícone é Ronaldinho Gaúcho que a cada dia mostra como se adaptou bem à cidade. Além de patrocinar alguns grupos de pagode, o flamenguista lançou sua própria linha de roupas com o famoso estilista francês Christian Audigier.
Já o lateral-direito Léo Moura seguiu caminho semelhante, mas optou pelo funk. Na época em que namorava a cantora Perlla, ele criou uma empresa para assessorá-la: LM2 produções artísticas. Mas mostrou que não é fácil conciliar as duas carreiras e deixou sob responsabilidade da irmã Lívia Moura. “Ainda não dá para unir a carreira de jogador com a de empresário”, disse.
*Colaboraram o escritório de Belo Horizonte e Bruno Thadeu

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