Atacantes de mais.Ataques de menos

Trio mineiro fez de tudo para se reforçar no setor, mas nem importados nem promovidos da base têm dado conta. Com um terço do Brasileiro disputado, nenhum tem dupla definida
Trio mineiro fez de tudo para se reforçar no setor, mas nem importados nem promovidos da base têm dado conta. Com um terço do Brasileiro disputado, nenhum tem dupla definida
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:
02/08/2011 07:00
É bem fácil definir a função de um artilheiro no futebol: levar vantagem sobre os grandalhões zagueiros adversários e pôr a bola no fundo das redes. Mas a falta de atacantes de qualidade, comprometidos a fazer gol, tem sido um desafio para América, Atlético e Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Em 13 rodadas, os três times de Minas ainda buscam a dupla de frente ideal. Por problemas de suspensão, contusão ou queda de rendimento, os treinadores quebram a cabeça para evitar o desespero nos dois terços finais da competição.
Curiosamente, não é por falta de opções ofensivas que o trio está acumulando fracassos. Os erros constantes de finalização também irritam os técnicos e enfurecem as torcidas. Os dirigentes batalharam para trazer reforços (até do futebol europeu), mas as contratações não surtiram efeito a curto prazo.
EFEITO ONCE CALDAS O Cruzeiro encantou os olhos até de adversários na Copa Libertadores ao balançar as redes 22 vezes. As dúvidas, porém, sobre a capacidade do ataque – como de toda a equipe – começaram justamente na eliminação pelo Once Caldas-COL, em plena Arena do Jacaré. Por mais que Wallyson tenha se destacado no Brasileiro – foi o artilheiro da competição (sete gols) e é o goleador celeste na temporada (17) –, os demais atacantes caíram de rendimento e vêm sendo alvo de críticas da torcida. Caso do paraguaio Ortigoza. Se Brandão também não deu certo e nem vem tendo oportunidades, o jovem Anselmo Ramon apareceu como solução em seis partidas e até fez dois gols no Nacional.
O principal nome do ataque celeste, Thiago Ribeiro, acumulou uma série de lesões musculares e desfalcou o time nas últimas quatro rodadas. Mesmo assim, é um dos artilheiros do Cruzeiro no ano (12).
SAUDADES DE TARDELLI Os torcedores do Atlético certamente ficaram decepcionados com a saída de Diego Tardelli, negociado ao futebol russo. Em dois anos de Galo, ele fez 73 gols em 114 jogos, ajudou a conquistar o Estadual no ano passado e virou ídolo da massa. Desde então, Dorival Júnior não encontrou o substituto ideal: Muitos foram testados: Magno Alves, Neto Berola, Mancini, Jobson, Ricardo Bueno, Guilherme, Renan Oliveira e Jonatas Obina.
Com lesão na coxa direita, Marquinhos Cambalhota mal chegou a estrear com a camisa alvinegra. O jovem André, que desembarcou em Belo Horizonte disposto a assegurar a camisa 9 alvinegra, precisou de apenas oito minutos para fazer a festa da torcida ao definir a vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense, no Ipatingão, há seis dias. Atuou 17 minutos diante do Palmeiras, no Canindé, e pouco fez para evitar a derrota por 3 a 2.
QUEDA DE FÁBIO JÚNIOR A péssima campanha do Coelho é consequência da queda de rendimento de Fábio Júnior, artilheiro do Estadual (13 gols) no primeiro semestre. Sem ritmo de jogo e aparentemente fora de forma, ele só marcou duas vezes na competição nacional e acabou até saindo da equipe. Alessandro, por sua vez, até teve boas atuações (marcou cinco gols), mas uma contusão na panturrilha direita o tirou de três rodadas. Daniel Lovinho e Euller não tiveram chance nas últimas partidas.
Na tentativa de contornar o problema, o técnico Antônio Lopes, antes de deixar o clube na manhã de ontem, apostou no ex-júnior Leo e no rápido Kempes diante do Coritiba, na Arena do Jacaré, mas não deu certo e o América perdeu por 3 a 1. Agora, as esperanças estão depositadas nos pés do experiente André Dias (ex-Cruzeiro), contratado na semana passada para solucionar a carência de gols. A diretoria promete outros reforços para o setor.
Bueno, Brandão e outras frustrações
Contestado pela torcida do Atlético, Ricardo Bueno continua a treinar separado na Cidade do Galo. Afastado por Dorival Júnior, ele aguarda propostas de outros clubes –esteve próximo de acertar com o Atlético-PR, mas não houve acordo. Recentemente, acionou a Justiça do Trabalho, reivindicando a rescisão indireta do contrato, que termina em 2012. O caso dos cruzeirenses Farías e Brandão é diferente. O argentino não rendeu o esperado na Toca da Raposa e foi liberado para acertar com o Independiente. Por enquanto, não há previsão de acordo com o clube do seu país. Já o segundo luta para recuperar espaço no grupo depois de se recuperar de contusão muscular. Trazido da França em meio à Libertadores, foi outro que não rendeu o esperado com a camisa celeste. No América, o experiente Euller já avisou que encerrará a carreira em setembro, quando terminará seu compromisso com o clube. Deve ser diante do São Paulo, na Arena do Jacaré. O Filho do Vento, que não vem sendo relacionado para as partidas, treina com os companheiros.
AS OPÇÕES DE CADA UM
Cruzeiro
• Wallyson
• Thiago Ribeiro
• Ortigoza
• Anselmo Ramon
• Reis
• Sebá
• Dudu
• Brandão
Atlético
• Magno Alves
• Jonatas Obina
• Neto Berola
• André
• Guilherme
• Mancini
• Marquinhos Cambalhota
América
• Alessandro
• Fábio Júnior
• Leo
• Kempes
• Eliandro
• Daniel Lovinho
• André Dias
• Euller