sábado, 27 de dezembro de 2014

DECISÃO HISTÓRICA DA COPA DO BRASIL

Paixão que move negócios
Duelos inéditos entre Atlético e Cruzeiro impulsionam vendas nas lojas de material esportivo e também asseguram movimento até 30% superior nos bares da capital mineira
postado em 15/11/2014 08:36 / atualizado em 15/11/2014 08:40
Beto Magalhães/EM/D. A Press
Marinella Castro - Estado de Minas
A decisão da Copa do Brasil entre Atlético e Cruzeiro transformou Belo Horizonte não só na capital do futebol. Mais do que isso, foi capaz de acender as vendas de artigos esportivos dos clubes e o movimento dos bares. Torcedor do Cruzeiro, o motociclista João Pereira Souza já recebeu a encomenda feita numa das lojas especializadas da capital mineira: uma camisa oficial do time, comprada por R$ 250 para assistir à segunda partida das finais da Copa do Brasil, no Mineirão. “Agora é só decidir se vou carimbar nas costas o número 7 ou o 17.” A mesma inspiração motivou o escriturário atleticano Rafael Paiva, que já tem dois uniformes oficiais do alvinegro, a comprar mais um para acompanhar os duelos. Na sala de sua casa, junto com a família, ele estreou a camisa no dia da vitória por 2 a 0 sobre o rival, no Independência. A roupa nova da torcida e o encontro em bares para extravasar tanta adrenalina fazem o faturamento de parte do comércio decolar até 30% em um ano fraco de ganhos para o varejo.
Na Clube dos 13, que vende material ligado a futebol, os negócios explodiram. “Na quarta-feira (data do clássico), vendemos quatro vezes mais”, diz o dono, Lúcio Flávio Aleixo Filho. Segundo ele, movimento tão bom quanto o dos últimos dias é esperado para a semana da final, que será em 26 de novembro. A boa fase dos times mineiros deve repercutir até o Natal. “No ano passado, quando o Atlético e o Cruzeiro ganharam títulos, as vendas cresceram 65% frente a 2012.” Na Arquibancada, que tem sete lojas em Belo Horizonte, o gerente da localizada no Shopping Del Rey, Evandro Fernandes, diz que em novembro o movimento vai crescer acima de 40%, embalado pelo confronto inédito da Copa do Brasil.
Em dias de partidas, a demanda cresce tanto para bares e restaurantes, que na quarta-feira, em regiões como a Savassi, alguns tiveram de trabalhar com reservas e tomaram medidas de segurança. “É muita ansiedade. Nos dias antes do jogo, o nível de tensão cresce muito e as pessoas querem sair para a rua para extravasar o nervosismo”, comemora Gustavo Josias, proprietário do Bar Status, na Savassi. Durante o jogo no Horto, foram três pequenos telões ligados no estabelelcimento, que recebeu 300 torcedores. “Reforçamos a segurança contratando três profissionais extras, mas não tivemos problemas.” Segundo Josias, se comparado a um dia comum, o movimento avançou 50%. O empresário espera repetir a dose na finalíssima. “Será um clássico histórico.”Como no campo, alguns bares preferiram dividir a torcida. Em seu ponto na Savassi, o Assacabrasa reservou 48 mesas para os cruzeirenses. O gerente da casa, Júlio César de Oliveira, explicou que a decisão é para garantir a segurança. “Temos três lojas. Aqui, a torcida é cruzeirense; na Rua Rio de Janeiro é atleticana, e na loja da Rua da Bahia, onde o espaço é maior, a torcida é mista.” Segundo ele, a expectativa comercial foi plenamente alcançada. “A casa teve lotação completa, 30% maior que um dia comum. E não tivemos confusão”, festejou.
CAUTELA
Mesmo com a oportunidade de girar o caixa acima da média, alguns estabelecimentos preferiram não transmitir a final como medida de segurança. Esse foi o caso do Restaurante Casa Cheia, na Savassi, e do Bar do Salomão, ponto de encontro de torcedores atleticanos, no Bairro Serra.

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