segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

28/11/2014 14h35 - Atualizado em 28/11/2014 14h48


Família de estudante agradece dedicatória de Dátolo: 'Nos confortou'
Após título da Copa do Brasil, meia homenageia atleticana Fabriny Alves, que
morreu um dia antes da decisão. "Foi um incentivo para mim", ressalta o argentino
Por Diego Souza
Governador Valadares,MG
Mais de 320 quilômetros separam as cidades de Belo Horizonte e Governador Valadares. A grande distância não foi empecilho para unir duas pessoas que nunca se viram, mas que desde a última quarta-feira têm uma história em comum. O meia Dátolo, do Atlético-MG, dedicou o título da Copa do Brasil à estudante Fabriny Alves Pereira de Oliveira, torcedora que faleceu na véspera do jogo. Uma homenagem que emocionou a família da jovem.
- Minhã mãe ficou muito feliz e eu fiquei bastante emocionado. Eu sabia que a galera das redes sociais estava se mobilizando para que a notícia chegasse até ao grupo de jogadores, mas nunca passou pela nossa cabeça que isso pudesse acontecer. Quando soubemos sequer acreditamos, mas nos confortou nesse momento de extrema dor - disse Fabrício, irmão de Fabriny.
A estudante, de 21 anos, esteve presente no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, acompanhada do namorado, Sérgio Pacheco Filho, na noite de 12 de novembro no Estádio Independência, em Belo Horizonte. Naquela noite, a jovem atleticana acompanhou a vitória do time do coração por 2 a 0 sobre o Cruzeiro.
- Ela estava muito bem, chegou feliz da vida e cantando “eu sei que você treme” - disse Fabrício Pereira, irmão de Fabriny.
Porém, uma infecção pulmonar, ocasionada por uma leucemia, da qual a jovem valadarense tratava há cerca de quatro meses, a impediu de comemorar mais um título do clube de coração. Depois de passar mal no sábado, 22, Fabriny foi levada para Muriaé, na Zona da Mata, onde morreu na terça-feira, 25.
- Foi de repente. Ela estava muito bem até o sábado, mas no domingo ela começou a ter febre e na segunda piorou. A levamos para Muriaé onde ela melhorou um pouco, mas às 15h30 de terça-feira, ela passou mal novamente e morreu. Ela estava tinha leucemia e faltavam mais dois meses para o término do tratamento, depois ela ia fazer um transplante de medula - contou Fabrício.
A dor da família atleticana foi maior, porque sete meses antes da morte de Fabriny, Fabiano Alves de Oliveira, 47 anos, pai de Fabriny e Fabrício também morreu de câncer em 25 de abril. Apesar do sofrimento, Fabrício fez questão de agradecer ao atleticano Dátolo, que também cumpriu uma promessa após o título: tirar a barba.
- Agradeço a ele por ter feito essa homenagem em um momento tão difícil da minha família. Tenho certeza que minha irmã está lá cima feliz com a homenagem. E também fiquei feliz dele ter feito minha mãe sorrir por alguns instantes. Ela acabou dormindo e nem viu o jogo todo, mas meu irmão e eu ficamos felizes com a vitória e lembramos de como a Fabriny ia ficar feliz com o título do Galo - imagina Fabrício.

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