sábado, 26 de julho de 2014

Prestes a completar 10º jogo oficial no Galo, Levir analisa convivência sincera com os jogadores


Técnico não se esquiva de perguntas e é transparente nas entrevistas
postado em 19/07/2014 09:00 / atualizado em 18/07/2014 20:50
Luiz Martini /Superesportes
Saiu Paulo Autuori e entrou Levir Culpi. A mudança confirmada pelo Atlético no dia 24 de abril deste ano não foi apenas de ordem técnica. O comportamento dos treinadores no dia a dia, seja com os jogadores ou imprensa, também é diferente. O carioca seguia uma linha mais misteriosa e assuntos internos não eram tratados com frequência. Com o paranaense a realidade é diferente. Uma das principais características de Levir é a transparência nas entrevistas coletivas. As perguntas, sejam para temas polêmicos ou não, têm resposta imediata.
Prestes a completar seu 10º jogo oficial pelo Atlético, o treinador analisou esse modo sincero de encarar a profissão. “É uma coisa engraçada. A sinceridade é uma qualidade maldita. O cara superficial passa sem ter problemas. Quem fala o que sente encontra dificuldades. Pela minha maneira de ser, prefiro dizer o que eu estou sentindo. Não tenho tempo para dizer que sou amigo deles (jogadores). Eles ainda não me testaram. Mas a melhor maneira de surpreender é a sinceridade. A gente trabalha com números. O técnico tem cinco ou seis jogos para perder, e os jogadores também têm seus números. Me relaciono bem com todos a ponto de escrever livro (risos)”, disse.
No treinamento dessa sexta-feira Levir foi acionado pelos jornalistas para debater sobre Ronaldinho Gaúcho, que não atravessa boa fase nos gramados e chegou a ser substituído diante do Lanús, na Argentina. O fato de não ter retornado para o banco de reservas em Buenos Aires indicou insatisfação do meia, e uma das consequências foi a visita de Assis à Cidade do Galo. O irmão e empresário de R10 conversou com o treinador, que não omitiu o motivo do encontro.
“Conversamos sobre isso (momento de R10). O Assis é responsável pela situação do Ronaldinho. Ele é ex-jogador e entende o que está acontecendo. As conversas são interessantes porque o cara pode dizer o que está sentindo. Ouvir não custa nada. Se a gente puder conversar, só vamos colher coisas boas. Isso acontece com qualquer jogador. Estamos num momento que precisamos vencer. Se eu sentir que tem alguém ausente, não quero contar com esse tipo de atleta”, declarou.
O único ponto que não ficou claro na entrevista é qual será a realidade de Ronaldinho no Atlético. Com os números questionados por Levir, o jogador perde espaço aos poucos. Porém, ele não viveu uma tarde apenas de críticas. O técnico destacou a “capacidade espetacular” do craque e quer que ele mude sua história no clube, recuperando o bom futebol. Poupado do jogo diante do Bahia neste sábado, embora a falta de ritmo seja um dos principais problemas em sua temporada, ele pode voltar na decisão da Recopa contra o Lanús, no Mineirão. Enquanto isso, Levir ganha tempo para definir se o restante de 2014 do armador será no time titular ou como arma no banco de reservas.
“O Ronaldinho não está com números bons. Gols, assistências, roubadas de bola...isso é o scout do jogador. Os números não são bons, mas ele é espetacular. Ele é um cara acima da média. Todos nós gostamos de ver o Ronaldinho jogar. Para se manter no alto nível, ele precisa se manter com os números”, completou.
Em nove jogos pelo Atlético, Levir Culpi acumula cinco vitórias, três derrotas e um empate. Essa é a quarta passagem de Levir pelo Atlético, com grandes campanhas em oportunidades anteriores. O confronto diante do Bahia marcará a volta do Alvinegro ao Independência. A última partida, antes da pausa da Copa do Mundo, foi no dia 11 de maio, na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro.

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