terça-feira, 29 de julho de 2014

29/07/2014 21h53 - Atualizado em 29/07/2014 21h53

Cuca revela blindagem e define R10 no Atlético-MG: "Casamento perfeito"
Ex-técnico do Galo, que levou time ao título da Libertadores em 2013, conta como
foi processo para a contratação de Ronaldinho, que deixou o Flamengo em baixa
Por GloboEsporte.comBelo Horizonte
O técnico Cuca, que deixou o Atlético-MG em dezembro para assumir o Shandong Luneng, da China, durante o Mundial de Clubes no Marrocos, contou como surgiu a ideia de levar para o Galo o meia Ronaldinho Gaúcho, que se despede do Atlético-MG nesta quarta-feira, após quase dois anos e dois meses no clube. Na época, em maio de 2012, o camisa 10 havia deixado o Flamengo de maneira conturbada, alegando atraso de salários e o não cumprimento de cláusulas do contrato por parte do clube carioca. Mas, no Atlético-MG, foi diferente e teve momentos de glória atuando sob o comando de Cuca.
Cuca lembrou que foi tudo muito rápido, desde que soube do desligamento de R10 do Flamengo, até procurar a diretoria atleticana, e a negociação e a chegada do jogador à Cidade do Galo. O treinador destacou a importância que Ronaldinho teve para o crescimento de jovens atletas que haviam sido promovidos das categorias de base, como o meia Bernard, atualmente no Shakthar Donetsk, da Ucrânia,que fez parte do time campeão da Taça Libertadores de 2013 e chegou à seleção brasileira, que disputou a última Copa do Mundo.
Eu nem acreditei! O homem veio, pegou o helicóptero e veio treinar. E ele deu uma moral muito grande para os meninos que estavam subindo
Cuca
- Me lembro que estava na minha sala, no centro de treinamento, e vi no SporTV que o Ronaldo tinha saído do Flamengo e pensei no meu time naquele momento: “Nossa, meu time é bom, mas está precisando pegar mais confiança. E esse cara ia dar mais confiança para o meu time”. Liguei no presidente na mesma hora, ele falou com o Maluf e fomos atrás. O Maluf viajou para o Rio, foi lá e acertou. Dois dias depois me ligou e disse: “É teu”. Eu nem acreditei! O homem veio, pegou o helicóptero e veio treinar. E ele deu uma moral muito grande para os meninos que estavam subindo, em especial para o Bernard, deu confiança. Eu não sei se foi melhor para o Atlético-MG a vinda dele, ou para ele a ida ao Atlético-MG. Foi o casamento perfeito! – disse Cuca em entrevista à rádio Itatiaia.
O ex-comandante atleticano revelou que a diretoria do Galo teve que blindar o que chamou de “problemas” do craque, que foram todos resolvidos internamente. Cuca ressalta os feitos de R10 pelo Atlético-MG e diz que a torcida tem que entender a decisão do jogador, de deixar o clube.
- Em dois anos e meio, não expusemos um problema do Ronaldo. Internamente a gente resolveu tudo com ele. E ele nos deu muitas alegrias, para a torcida, que o abraçou, homenageou a mãe dele quando teve aquele problema, enfim. Como a minha passagem tudo tem um tempo. E, de repente, era o momento dele sair. O que vai ficar são as coisas boas que ele fez pelo Atlético-MG. Que o torcedor entenda que é o momento, e agradeça a ele tudo o que ele fez, assim como ele tem que agradecer ao Atlético-MG. É uma coisa natural que ocorre na vida de um jogador.
Questionado se Ronaldinho deu muito trabalho, Cuca disse que, pelo que ele representa no futebol, por tudo o que já conquistou dentro e fora de campo, e pelo que ele causa por conta de sua fama internacional, já sabia que teria que ter um jogo de cintura com Ronaldinho Gaúcho.
- Lógico que tem problemas. É um jogador que já ganhou tudo na vida, que tem uma independência financeira em todos os sentidos. Onde ele vai, ele não tem sossego. Você não tem ideia de como é a vida dele assim, num aeroporto, o povo do mundo inteiro corre atrás. Ele não pode sair para um lugar, para uma boate, porque não é como uma pessoa normal. Então, ele faz alguma coisa diferente na casa dele, e a gente tem que entender. Ele tem esse direito também.

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