Quando trabalhou com Cuca em 2010, o então celeste Leonardo Silva se recuperava de cirurgia. Ao voltar a jogar nesta temporada, já estava no Galo, onde reencontra o técnico
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:09/08/2011 07:00
Atualização:09/08/2011 10:21
Agora, sim, Leonardo Silva terá a chance de conhecer melhor o novo treinador atleticano. No segundo semestre do ano passado, quando ele defendia o Cruzeiro, Cuca dirigia o time, mas o zagueiro se recuperava de cirurgia no joelho e não entrou em campo uma vez sequer. No início desta temporada, trocou de camisa depois de não acertar a renovação de contrato com a Raposa.
Titular com Dorival Júnior no Galo, ele espera manter a posição, mas sabe que terá de suar muito a camisa para permanecer entre os 11. A troca de comando muitas vezes causa expectativas e incertezas em relação ao time e não são raras as mudanças. Ainda mais que o alvinegro vive situação delicada no Campeonato Brasileiro, flertando com a zona de rebaixamento.
Mesmo sabendo dos riscos, Leonardo Silva afirma que Cuca chega para somar. “É um excelente treinador, com experiência de grandes clubes. É um trabalhador e gosta de ter o grupo nas mãos. Certamente vai encontrar um grupo disposto a ajudá-lo.”
Comando
O principal desafio do técnico, aliás, será ter o grupo nas mãos. Com Dorival Júnior, os jogadores pareciam desunidos e a equipe não deu liga. Chegou à decisão do Campeonato Mineiro, mas perdeu o título para a Raposa, de Cuca, e não manteve o desempenho no Nacional. Dorival Júnior acabou dispensado na tarde de domingo, horas depois da derrota para o Figueirense por 2 a 1, sábado à noite, no Ipatingão, encerrando a resistência da diretoria em mantê-lo no cargo.
Para Leonardo Silva, a receita para o treinador conquistar a confiança dos jogadores é trabalho. Ele enfatizou que isso não faltava com o antecessor. “O Cuca gosta de ser amigo do grupo, de ter todo mundo a seu favor. O Dorival também tinha o grupo nas mãos, mas os resultados não ajudaram.”
O zagueiro assegurou que não houve complô contra o ex-técnico. Para ele, não passa de polêmica plantada para piorar o clima na Cidade do Galo. “Jogador não derruba treinador. Não tem de colocar porcentagem no que cada um fez para derrubar treinador. Isso aqui nunca existiu e nem vai existir. Cada um tem sua parcela de culpa, cada jogador tem sua responsabilidade por não fazer e não se apresentar dentro de campo de acordo com o trabalho que vinha sendo feito.”
O sexto vira-casaca
Cuca é o terceiro treinador consecutivo contratado pelo Atlético que obteve sucesso no arquirrival, Cruzeiro. Os anteriores foram Vanderlei Luxemburgo, campeão da tríplice coroa em 2003 (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro), e Dorival Júnior, classificado à Libertadores de 2008 com o quinto lugar no Nacional de 2007. Na história do Mineirão, é o sexto que sai de um e prossegue a carreira no outro sem intervalo em um terceiro clube. O primeiro foi Ayrton Moreira, que deixou o time celeste em 1967, por problemas de saúde, e ao se recuperar dirigiu o alvinegro em 1968. O segundo foi Procópio Cardoso, que era supervisor da Raposa e a dirigiu no fim de 1978 em substituição a Zé Duarte (recuperando-se de acidente automobilístico).
Em 1979, assumiu o Galo. Quando saiu em 1981, retornou à Toca, onde ficou poucos meses. O terceiro foi Barbatana, que largou o Atlético em agosto de 1978, passou algum tempo parado e em março de 1979 acertou com o Cruzeiro. Houve ainda o caso de Nelinho, que tentou a carreira de técnico no Galo em 1993, mas só ficou o primeiro semestre. Em 1994, fez nova tentativa, dessa vez na Raposa, mas durou menos tempo ainda. O último foi Jair Pereira, que deixou o alvinegro durante o Brasileiro de 1992 e, dias depois, já era o treinador celeste.
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