Paulo Galvão - Estado de Minas
Quando começou o segundo turno do Campeonato Brasileiro, o técnico Marcelo Oliveira já somava quatro partidas no comando da equipe, incluindo uma pela Copa Sul-Americana, e tinha melhor conhecimento do potencial de cada atleta à disposição. Assim, estabeleceu metas para a equipe até o fim da competição. O desempenho, entretanto, ficou muito abaixo do esperado, o que levou o treinador alvinegro a rever seus conceitos.
A primeira coisa a fazer foi desistir desse tipo de planejamento. “No início do returno, fizemos um planejamento de pontos a serem conquistados, mas, às vezes, por nossos próprios erros, não atingimos nossos objetivos. Então, a partir de agora, vamos trabalhar a cada jogo, que passa a ser uma verdadeira final. Temos de encarar os compromissos que temos pela frente como tal”, declarou Marcelo Oliveira, que tem conversado bastante com os atletas para tentar fazê-los ficar ainda mais ligados nas partidas.
A intenção do treinador era aproveitar jogos contra times que estavam no mesmo nível do Atlético na classificação ou brigando mais embaixo para subir. Outro fator que fez a previsão de aproveitamento ser otimizada eram os compromissos em casa, nada menos que cinco nas oito primeiras partidas do returno.
Assim, a intenção era praticamente dobrar o aproveitamento da equipe nessas partidas, pois já era sabido que a seqüência a partir da 28ª rodada seria duríssima. O Galo terminou o turno em 12º lugar, com 24 pontos, ou 42,11% de aproveitamento. O líder, então, era o Grêmio, com 17 pontos a mais. Já o primeiro time da zona de rebaixamento, o Vasco, somava cinco pontos a menos que os atleticanos.
Se conseguisse aproveitar o cenário favorável no começo do returno, o Atlético estaria brigando pelas primeiras colocações. Mas o planejamento fez água logo na primeira partida: o time perdeu para o Fluminense, então vice-lanterna, por 1 a 0, no Maracanã.
Na rodada seguinte, outro tropeço ao ficar apenas no 1 a 1, no Mineirão, com o Goiás, que então apenas iniciava sua espetacular reação no Nacional e ainda era o 11º colocado. O próximo confronto trouxe esperança aos torcedores, pois a equipe fez 4 a 0 no Atlético-PR, novamente em casa, subindo para a 11ª colocação e vislumbrando ganhar mais duas na rodada seguinte.
Porém, diante de uma Portuguesa na zona de rebaixamento, o Galo voltou a ratear. Jogando no Canindé, até saiu na frente, mas cedeu o empate ao adversário, caindo para a 12ª posição.
A segunda metade das metas dos oito primeiros jogos do returno foi aberta com um resultado que poderia até ser considerado normal, mesmo com o Galo jogando no Mineirão: 1 a 1 com o sempre forte São Paulo. O problema é que os mineiros jogaram melhor que os paulistas, mas não souberam aproveitar a superioridade para somar três pontos.
DECEPÇÃO EM CASA
Nos três últimos jogos do que foi planejado inicialmente, restava ao Galo conquistar nove pontos para praticamente dar adeus à ameaça de rebaixamento e passar a fazer parte das equipes com objetivos maiores no Brasileiro. Porém, os atleticanos foram derrotados pelo Ipatinga, no Vale do Aço. Aí, vieram dois jogos em casa e a intenção eram seis pontos, mas os alvinegros tiveram de se contentar com quatro, frutos da vitória sobre Náutico e o decepcionante empate com o Figueirense, time de pior campanha no segundo turno e dono da pior defesa do Nacional.
Agora, resta ao Atlético buscar pontos fora de casa, contra times que estão entre os mais bem colocados da competição, Palmeiras e Flamengo. E também no sempre difícil clássico com o Cruzeiro. Se não conseguir, certamente os times que estão mais embaixo vão se aproximar, fazendo o rebaixamento voltar a ser ameaça real.
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