quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

BWA recua e não garante ampliação do Independência para 40 mil pessoas

Depois de conceder coletiva para falar de ampliação no Horto, Bruno Balsimelli diz que depende de estudo de viabilidade para determinar capacidade no estádio
Luiz Martini - Superesportes
Thiago Madureira - Superesportes
Publicação:19/12/2012 17:30
Atualização:19/12/2012 18:14
O presidente da BWA, Bruno Balsimelli, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, informou que o Independência poderia ter a capacidade ampliada para receber uma eventual final de Copa Libertadores. Segundo as exigências da Conmebol, o estádio teria que possuir 40 mil lugares para ser palco da decisão do torneio continental. Já no período da tarde, em contato com o Superesportes, o representante da BWA recuou e já não garantiu a realização da reforma, alegando que depende de um estudo de viabilidade para saber quantos lugares seriam acrescentados. Na verdade, a elevação da capacidade ainda precisa ser aprovada pelo América (proprietário do estádio) e pelo governo de Minas, que bancou a reconstrução e concedeu a autorização à BWA, por meio de licitação, para administrar o estádio por uma década.
“Está sendo feito um estudo de viabilidade com uma empresa que fica na Suíça. É uma empresa que faz complementos de arquibancada, como já fez em Wimbledon, para o Corinthians, para a Arena Fonte Nova e outras. Há um estudo de viabilidade para fazer isso no Independência. Quando chegar o estudo de viabilidade, que deve ser em 10 dias, a primeira coisa que eu vou fazer é apresentar ao América e ao governo, para ver se eles concordam. Se tudo por aprovado, eu vou oficializar e contratar o negócio”, disse Balsimelli ao Superesportes.
Incoerências
Pela manhã, por meio de sua assessoria, a BWA conversou com a reportagem e revelou que as mudanças possibilitariam abrigar 40 mil pessoas durante os jogos no Independência e que as obras começariam no primeiro semestre de 2013, o que não é mais confirmado.
Outra incoerência é sobre a capacidade da nova arquibancada, que fecharia o espaço acima dos vestiários. Para atingir os 40 mil lugares, seriam necessários mais 16.982 assentos. Mas esse número corresponde a 73% da carga atual (23.018), o que sugere uma desproporção.
“A arquibancada é modular. Ela cabe em quantos módulos eu quiser, acho que dá para fechamento de 40 mil pessoas. Mas eu não sou engenheiro e a empresa me disse que a capacidade que eles estão levantando é entre 36 e 40 mil pessoas. Quando tiver o estudo de viabilidade formatado, eu vou dar uma entrevista para dizer o que será feito”, afirma Balsimelli.
Integrante da diretoria do América, Olímpio Naves considera complicado para o Independência comportar 40 mil pessoas. “Não entendo como eles vão aumentar a capacidade para esse público. Se a atual é de 23 mil e só existe o espaço atrás do gol para expandir, não sei se vai caber isso tudo. É meio estranho”, comentou.
América não foi consultado
Outra divergência em relação à entrevista dada por Bruno Balsimelli pela manhã foi sobre a concordância do América. Num primeiro momento, o presidente da BWA confirmou que um dos integrantes do conselho gestor do Coelho, Marcus Salum, teria sido notificado do interesse de ampliação. Mais tarde, ele mudou o discurso e alegou que espera a chegada do projeto da Europa para conversar com os dirigentes americanos.
“A primeira coisa é viabilizar o projeto e depois eu vou endereçar para a Secopa e ao América, para pedir aprovação e ponto de equilíbrio. Se eles concordarem, eu posso fazer a ampliação”, frisou.
O integrante do conselho gestor do América, Marcus Salum, negou a versão inicial de Balsimelli de que tinha sido consultado sobre as obras. “Vi algumas repercussões na imprensa e sei de tudo que se passa. Que fique bem claro. Enquanto não for apresentada uma proposta oficial para o América, não existe nenhuma possibilidade de ampliação. Não houve nenhum contato conosco até o momento”.
Investimento
Sobre os gastos do projeto, que ainda não estão calculados segundo Balsimelli, o presidente da Arena Independência admitiu que tudo será custeado pela BWA, sem a participação do Atlético, parceiro comercial no Independência.
“Quem vai arcar com tudo é a Arena Independência. Deixa primeiro eu aprovar a viabilização do projeto, preciso do aval do América e da Secopa, para depois conversar com a imprensa”.
O presidente da BWA não quis comentar se o contrato de concessão do estádio, assinado com o governo, seria alterado a partir da ampliação do Independência.

Nenhum comentário: