Sem direito a vacilos (06/01)

Paulo Galvão - Estado de Minas

A era Vanderlei Luxemburgo no Atlético começou com novidades no campo e fora dele, mas principalmente com um discurso otimista, que deixa os torcedores esperançosos. Seu primeiro dia de trabalho com o grupo, ontem, começou com longa conversa. Ele deixou claro que, para vestir a camisa alvinegra, é preciso comprometimento com a vitória. O principal objetivo, segundo ele, é fazer o Galo mirar nada menos que o maior título possível a um clube sul-americano. “Já disse aos jogadores que o importante é a filosofia, pensar positivo, não quero jogador se contentando com pouco. O Atlético tem que pensar na Copa Libertadores. Para isso, o caminho é a Copa do Brasil ou o Campeonato Brasileiro. Aí, é pensar em algo bonito, em grandes conquistas”, afirmou Luxemburgo, para quem isso será possível com muito suor. “Não prometo título, mas, sim, muito trabalho. E nada resiste ao trabalho.” Quem terá prejuízo, neste início de atividades no CT, são o zagueiro Benítez e o atacante Rentería, que não se reapresentaram, bem como Diego Tardelli, que chegou atrasado. Eles vão ter de contribuir para a caixinha da equipe. Luxemburgo começou a trabalhar com 30 atletas, incluindo os três reforços já contratados, o lateral-esquerdo Leandro, o zagueiro Jairo Campos e o atacante Muriqui, que foram finalmente apresentados. Dos que estavam emprestados, apenas o volante Fabiano e o armador Hugo retornam – outros, como o volante Renan Garcia, o atacante Marcelo Nicácio e o lateral-direito Nego estão fora dos planos, o mesmo ocorrendo com o goleiro Bruno, o zagueiro Jorge Luiz e o atacante Pedro Oldoni, que defenderam o clube no ano passado. O volante Carlos Alberto, que atuou praticamente o tempo todo como lateral-direito em 2009, teve o empréstimo prorrogado pelo Corinthians até o fim deste ano. Já o armador Giovanni, da equipe júnior, foi integrado ao profissional. Mesmo não descartando reforços, ele considera que o Galo tem equipe para brigar de igual para igual com qualquer clube do país. “Tanto é que fez um ótimo Brasileiro, só fraquejando no fim, como também o fizeram Palmeiras, São Paulo e Internacional. O principal é que já temos um grande nome (Diego Tardelli), artilheiro do Brasil, jogador da Seleção Brasileira. Podemos agregar coadjuvantes ou até uma estrela, mas nosso nível é bom”, disse ele, lembrando também que conta com atletas experientes e vencedores, como Ricardinho e Júnior. COMISSÃO TÉCNICA Se em campo ele está satisfeito, fora tratou de reforçar a comissão técnica com profissionais de renome. Além do sempre companheiro Antônio Melo na preparação física, ele terá o ex-jogador Freddy Rincón como um dos auxiliares técnicos – o outro é Nei Pandolfo. “O Rincón foi, ao lado do (armador) Alex, um dos jogadores com mais discernimento tático com o qual eu já trabalhei, me cobrava, identificava a forma de jogar do adversário, conversava e posicionava a equipe. Eu ia trazer o Lopes Júnior, mas ele optou por ficar com o pai no Atlético-PR. Então, mudei o nome sem mexer no orçamento”, explicou Luxemburgo, que mostrou outra novidade, o ex-árbitro Wagner Tardelli, que será instrutor de arbitragem. “Ele vai acompanhar os jogadores desde o infantil, instruindo sobre a regra, o código disciplinar, mostrando o que é interpretação, como sair do impedimento. Assim, tentamos evitar prejuízos ao clube.”