domingo, 27 de julho de 2008

Preço da desatenção (25/07)
Paulo Galvão - Estado de Minas
Além da má qualidade técnica, a falta de atenção no começo e no fim das partidas tem custado caro ao Atlético e ajuda a explicar por que o time está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Em nove das 14 vezes que entrou em campo, o time sofreu gol nos primeiros 20 minutos da etapa inicial ou nos 15 minutos finais do segundo tempo, a última vez na goleada por 4 a 0 para o Botafogo, na noite de quarta-feira, no Rio.
Com isso, o time deixou de somar pontos importantes, que o impedem de estar mais bem colocado. Como na derrota para o Náutico, no Recife, quando empatava por 1 a 1 até os 31 minutos do segundo tempo e sofreu o gol que culminou na derrota. Ou no empate com o Palmeiras, quando saiu na frente, mas cedeu o empate aos 36min da etapa final. Já contra o Flamengo, sofreu gol aos 18min de partida e teve de correr atrás até alcançar a igualdade. Ambas as partidas foram disputadas no Mineirão.
Até no clássico com o Cruzeiro, onde normalmente os jogadores se mostram mais “ligados”, o Galo bobeou. O time empatava por 1 a 1 até os 47min do segundo tempo, quando tomou a virada.
Depois, contra o Internacional, no Beira-Rio, sofreu gol aos 6min de partida e deixou o campo derrotado. Contra o Coritiba, domingo, no Mineirão, teve mais uma vez de se desdobrar depois de sofrer dois gols em 18 minutos. Felizmente, para o atleticanos, conseguiu empatar ainda no primeiro tempo e virar a partida.
A primeira vez que a bobeada ocorreu no atual Brasileiro foi na goleada por 5 a 1 para o São Paulo, na quinta rodada, no Morumbi. Com 15min, o Galo já sofria 3 a 0. Para completar, sofreu o quinto gol aos 39min do segundo tempo.
Já contra o Botafogo as falhas voltaram com força total. Antes do primeiro minuto, César Prates fez pênalti em Wellington Paulista, que Lúcio Flávio converteu. No fim do jogo, os cariocas, que já venciam por 2 a 0, fizeram mais dois gols, um aos 41min e outro aos 44min do segundo tempo.
Essa falta de atenção é um dos motivos de a diretoria alvinegra isentar o técnico Alexandre Gallo de culpa pela péssima campanha no Brasileiro. “Sabemos que a pressão sobre a comissão técnica é grande quando os resultados não vêm, mas é preciso calma, analisar o trabalho como um todo. Na preleção do jogo de quarta-feira, o Gallo alertou a equipe para ter atenção nos primeiros minutos e acabamos sofrendo um gol mal o jogo começou”, disse o diretor de futebol Alexandre Faria, garantindo a permanência do treinador.
REABILITAÇÃO Os jogadores admitem que esses gols poderiam ter sido evitados se tudo que havia sido combinado fosse posto em prática. “Conversamos antes da partida com o Botafogo, o treinador alertou que eles iriam tentar definir o jogo nos primeiros 15 minutos e mesmo assim faltou atenção da nossa parte. Temos de procurar entrar mais atentos já contra o Vitória”, afirmou o zagueiro Marcos, capitão da equipe, referindo-se ao jogo de domingo, no Mineirão, quando o Galo tentará a reabilitação.
Segundo ele, esse jogo ganha importância fundamental para o futuro da equipe no Brasileiro. “A torcida tem razão em ficar chateada, pois não estamos conseguindo os resultados. Mas temos de continuar trabalhando, pois uma vitória domingo já pode nos tirar da zona de rebaixamento. Com dois triunfos seguidos, poderemos subir na classificação, como ocorreu com o Goiás.”

Nenhum comentário: