quarta-feira, 30 de julho de 2008

O dia em que o Galo ganhou casa nova (30/07)

O Atlético viveu um dia especial em 29 de julho de 1973, quando acreditava estar dando um passo importante para se tornar um clube-empresa. Na manhã daquele domingo, foi inaugurada a Vila Olímpica, na administração do presidente Nelson Campos. O local, que já vinha sendo usado pelo departamento de futebol profissional, era aberto aos novos sócios do clube, mesmo com a estrutura ainda incompleta.
O sonho havia começado seis anos antes, idealizado pelo vice-presidente Carlos Alberto Naves, quando o clube comprou o terreno de 90 mil metros quadrados, “na estrada que liga Belo Horizonte a Venda Nova, perto do Restaurante Frango Assado, no lado direito de quem se dirige a Venda Nova”, conforme descrição do Estado de Minas de 1º de julho de 1967. O plano, de imediato, era construir um campo para transferir o departamento de futebol do estádio de Lourdes e, nesse espaço, criar o Parque Esportivo Thomaz Naves, com piscinas e quadras.
As obras se iniciaram em 20 de julho, com previsão de término do campo para novembro e de todo o clube para janeiro de 1968. O projeto tinha o nome Atlético Espetacular. No fim do mês, o clube fazia um balanço positivo da venda de cotas. “Surpreendendo as previsões mais otimistas, o Atlético colocou em apenas 14 dias, 2.078 dos 10.300 títulos de sócio-benfeitor lançados para a construção de sua Vila Olímpica na Pampulha e do seu Parque Esportivo Thomaz Naves, em Lourdes. Os primeiros resultados revelam que a campanha já é vitoriosa: o Atlético será, brevemente, a maior potência do futebol brasileiro”, anunciava o EM de 30 de julho.
Seis mil pessoas compareceram à festa de inauguração, entre elas o governador de Minas Gerais, Rondon Pacheco, e dom Serafim Fernandes de Araújo, que benzeu todas as dependências. O engenheiro responsável, Luís Felipe de Lima Vieira, planejava entregar, em pouco mais de um ano, o prédio da sede e um monumento atrás de um dos gols do campo maior. Na semana seguinte, começariam as obras para a construção de duas quadras, das saunas e de uma entrada do lado oposto apenas para jogadores e comissão técnica da equipe de futebol profissional. Do estacionamento, eles desceriam diretamente para os vestiários.
ATRITOS COM TORCEDORES
Já naquela época previa-se atritos entre jogadores e sócios-torcedores, o que realmente acabou acontecendo, um deles envolvendo o goleiro Taffarel. “Por enquanto, esta divisão será um pouco precária e a única vantagem é que um clube tão longe como a Vila Olímpica deve ser freqüentado apenas aos domingos, o dia em que os jogadores não aparecem lá”, relatava o EM de 26 de julho.
Cerca de 13 mil títulos haviam sido vendidos, mas apenas 5 mil sócios estavam em dia e havia outros 5 mil títulos à venda. O sócio encontrou prontas três piscinas: a maior, olímpica, com 50m de comprimento por 25m de largura, com profundidade entre 1,20m e 1,60m, e duas infantis; playground, vestiários e bar. “Não foi à toa que o Atlético construiu uma piscina olímpica, em vez de outra com formas mais bonitas. A diretoria quer incentivar o esporte especializado e vai começar a selecionar seus nadadores imediatamente”, explica o EM.
O clima de euforia com a inauguração era grande: “A Vila Olímpica é a base de todo o seu futuro. Nela, o Atlético começa uma vida nova. Antes, o Atlético era apenas time. Agora, passar a ser um clube também. Um grande clube”, anunciava o EM, no dia da inauguração. À tarde, num clássico pela fase final do Campeonato Mineiro daquele ano, no Mineirão, o América derrotou o Galo por 1 a 0.

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