À imagem dos ídolos

Um dos times que mais tiveram goleadores no Brasileiro, Galo leva motivação extra para enfrentar o São Paulo: é dono do segundo melhor ataque da competição deste ano
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:11/09/2012 09:02
A semana do Atlético começa diferente e mais animada depois da goleada sobre o Palmeiras (3 a 0), que encerrou a série de quatro jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro. E, depois de dois jogos sem balançar as redes contra Corinthians e Bahia, o setor ofensivo voltou a funcionar e tornou-se esperança e motivação extra contra o São Paulo, amanhã, às 22h, no Independência, na tentativa de voltar à liderança. Com 38 gols na competição, o Galo tem o segundo melhor ataque (atrás do Fluminense) e começa uma luta sadia pela artilharia da equipe, disputada por Jô, Bernard e Danilinho, todos com seis gols.
Os três estão a cinco gols do atacante Fred, do Fluminense, artilheiro da competição (11). Embora acreditem que ser goleador na Série A representa status no currículo pessoal, eles consideram que o mais importante nesse momento é ver o Galo conquistando resultados positivos. “O lado coletivo vem funcionando bem e a equipe voltou a ser como antes. Essa vitória sobre o Palmeiras é o reflexo de que o trabalho foi bem feito”, afirma Bernard, escalado de última hora contra o Palmeiras graças ao efeito suspensivo conseguido pelo departamento jurídico do Galo.
Na história, o Atlético é uma das equipes que mais tiveram goleadores no Brasileiro: seis vezes. Se Dario, Reinaldo, Renaldo, Guilherme e Diego Tardelli escreveram seu nome na história do alvinegro, o prata da casa, um dos heróis do título estadual no primeiro semestre, tenta manter a humildade e fazer o trabalho passo a passo. Seu principal conselheiro é ninguém menos do que o astro Ronaldinho Gaúcho, que sempre o orienta.
Com os gols diante do Verdão, a promessa alvinegra chegou aos 10 com a camisa profissional do Galo – quatro no Mineiro. Quando foi emprestado ao Democrata-GV em 2009, ainda com 17 anos, ele foi artilheiro da Terceira Divisão do Estadual, com 14 gols. Mas admite que empurrar a bola para dentro não é sua principal especialidade, embora esteja satisfeito por dar a contribuição na hora que o time atleticano mais precisa.
Embora atue na retaguarda, o zagueiro Leonardo Silva mostrou o poderio ofensivo no Brasileiro, marcando cinco vezes, uma contra o Palmeiras. Dois dos gols ficaram na memória dos torcedores pelo belo lance: na vitória sobre a Portuguesa por 2 a 0 e no empate com o Cruzeiro por 2 a 2, ambos no Independência. Em tom de brincadeira, o jogador disse que daria certo como atacante. “Poderia jogar na frente, mas nunca tive tanta habilidade. Mas fico feliz com o que venho fazendo. Nosso objetivo é ser campeão. Depois vem as metas particulares, como ser artilheiro e ter a melhor defesa.”
Ele nunca imaginou se tornar um dos artilheiros da equipe, mas ressalta que a função do defensor no futebol moderno mudou muito: “Hoje somos exigidos a sair para o jogo com inteligência e qualidade. Alguns se destacam mais do que outros, mas aqueles que estão começando hoje normalmente treinam mais do que antes e colhem os frutos. Ninguém é obrigado a viver de chutões para o ataque”.