Ex-aliados pela frente

Galo enfrenta em sequência times dirigidos por dois treinadores que antecederam Cuca. Domingo, pega o Grêmio, de Luxemburgo, e quarta-feira o Flamengo, de Dorival Júnior
Ludymilla Sá - Estado de Minas
Publicação:18/09/2012 08:34
Tropeço diante do Náutico não tira o entusiasmo do técnico Cuca
Depois de desperdiçar chance preciosa de retomar a liderança do Campeonato Brasileiro no domingo – foi derrotado pelo Náutico (1 a 0) no Recife um dia depois de o líder, Fluminense, perder para o Atlético-GO (2 a 1) –, o Atlético se prepara para enfrentar seus dois últimos treinadores. Domingo, no Independência, em busca da reabilitação, o alvinegro pegará o Grêmio, de Vanderlei Luxemburgo. Três dias depois, em jogo adiado da 14ª rodada, enfrentará o Flamengo, de Dorival Júnior, no Engenhão.
Os atleticanos têm lembranças nada agradáveis dos dois técnicos. Luxemburgo era um sonho antigo e chegou para ocupar o lugar de Celso Roth com status de ídolo. Sob seu comando, o Atlético conquistou o título do Campeonato Mineiro de 2010. Mas a pífia campanha no Brasileiro culminou, depois de a diretoria muito relutar, na demissão do treinador após goleada sofrida para o Flu (5 a 1) em setembro daquele ano.
O atual comandante gremista deixou o Galo à beira do caos. Em 24 rodadas, o time ficou 16 na zona de rebaixamento, sendo 15 consecutivas. Dorival Júnior foi contrato para apagar o incêndio. Livrou o Atlético do descenso, chegou à decisão do Estadual de 2011 – perdeu a taça para o maior rival, Cruzeiro –, mas também não obteve resultados desejados no Brasileiro’2011. Acabou perdendo o domínio sobre o grupo e foi demitido depois de derrota para o Figueirense (2 a 1), em agosto. O Atlético estava em 13º lugar e havia somado 15 pontos em 15 partidas.
Cuca, que havia deixado o arquirrival no mesmo ano, assumiu o cargo cercado de desconfiança. Tomou as rédeas da situação e livrou o Galo, mais uma vez, do risco de rebaixamento. O time encerrou o campeonato em 15º lugar para alívio da massa, que passou a confiar no trabalho do treinador. Ele levou a equipe atleticana ao título mineiro e agora é o principal responsável pela campanha no Nacional, uma das melhores na era dos pontos corridos.
Talvez por isso, perder para o Atlético na próxima rodada não seja considerado o fim do mundo para Luxemburgo. O Grêmio, porém, precisa vencer para manter vivo o sonho de ser campeão. Apenas três pontos separam os rivais. Mesmo assim, o ex-técnico atleticano afastou o rótulo de decisão antecipada contra o Galo. “Ninguém pode garantir nada. Todos achavam que o Atlético ganharia do Náutico e o Fluminense, do Atlético-GO. Não colocamos o jogo contra o Atlético como ‘se não vencer acaba a competição’. Não acaba nada. Não quero colocar a partida como única. Cada jogo decide para todo mundo. Vamos jogar como sempre, buscando o resultado”, afirmou o treinador.
OTIMISMO Apesar do tropeço no Recife, Cuca mantém o otimismo. Ele considerou o confronto com o Náutico o pior do Galo na temporada, mas prometeu ser o último. “Os jogadores que jogaram e perderam para o Náutico vão jogar domingo e ganhar. Será um confronto direto, teremos uma semana para trabalhar. Vamos fazer valer a força do grupo. E temos uma torcida que ninguém tem. Os 20 mil que vão ao Independência vão empurrar o time e nos ajudar a vencer.”
DESEMPENHO DOS TREINADORES
Era Cuca
68 jogos
38 vitórias
13 empates
17 derrotas
73 gols a favor
70 gols sofridos
Era Luxemburgo
53 jogos
22 vitórias
12 empates
19 derrotas
94 gols a favor
75 gols sofridos
Era Dorival
52 jogos
25 vitórias
11 empates
16 derrotas
98 gols a favor
73 gols sofridos