Na técnica ou na raça

Empurrado pela torcida, Atlético conta com o fator Independência para superar no domingo o Grêmio e em outubro o Fluminense, rivais diretos na briga pelo título
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:20/09/2012 08:28
Tornou-se rotina dizer que a força dos torcedores é o combustível extra do Atlético para se dar bem no Campeonato Brasileiro. E, diante dos concorrentes diretos na luta pelo título nacional, para serem campeões os jogadores e o técnico Cuca apostam alto no fator casa, onde o Galo ainda não perdeu em 2012. Além do Grêmio, domingo, às 18h30, no alçapão do Horto, o alvinegro tem a vantagem de ter a massa a favor diante do líder, Fluminense, em 20 de outubro, pela 32ª rodada.
Não é à toa que o time mineiro é o único dos 20 participantes que não perdeu como mandante na competição nacional. O aproveitamento da equipe no Independência é muito superior ao do ano passado, quando mandou seus jogos na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas: 88%, contra os 61% na temporada passada, em que terminou em 15º lugar e lutou contra o rebaixamento até a penúltima rodada.
O zagueiro Leonardo Silva sabe que o retrospecto no Horto será essencial para dar confiança ao grupo no momento de definição da disputa: “O estádio é um caldeirão, por isso precisamos usá-lo a nosso favor e fazer com que os adversários sintam essa diferença. Nossa casa torna-se ainda mais importante nos duelos diretos, porque impede o adversário de pontuar. Temos a consciência de que precisamos mostrar bom futebol diante da nossa torcida”.
Ele volta ao time titular depois de cumprir suspensão automática na derrota para o Náutico (1 a 0), nos Aflitos, a terceira do Galo no Brasileiro. Os substitutos dos laterais Marcos Rocha e Júnior César, que levaram o terceiro cartão amarelo, só serão definidos no coletivo desta quinta-feira à tarde, na Cidade do Galo. Embora não tenha muitas opções para escalar, Cuca tenta estudar a formação tática do Grêmio antes de planejar o esquema que o time alvinegro utilizará no domingo.
O polivalente Serginho é uma alternativa na direita, tendo jogado nessa função na vitória sobre os gaúchos por 1 a 0, no Olímpico, ainda no turno, por opção do treinador. Naquele dia, na tentativa de parar o estreante Zé Roberto, ele revezou na marcação com o armador Danilinho. Agora, o volante prevê uma partida em condições distintas: “O Grêmio está mais entrosado, encaixado, com jogadores que podem desequilibrar, como o Elano e o Zé Roberto. Deve ser um jogo de paciência, decidido em detalhes”. Carlos César seria uma segunda escolha. Na esquerda, o indicado deve ser Richarlysson.
DESGASTE Preocupado com o desgaste do grupo depois do jogo contra o Náutico, Cuca recomendou descanso aos atletas nesse período sem jogos no meio de semana. Na terça-feira, o armador Ronaldinho Gaúcho – que era dúvida, mas enfrentou o Timbu – fez trabalho especial na academia, enquanto os companheiros participaram de um treino tático. Ontem à tarde, o treinador orientou uma atividade com ênfase na marcação e nas saídas de bola. “Precisamos manter o equilíbrio agora e usar tudo o que temos de melhor. Haverá mais disputa nesta fase e precisamos estar preparados”, diz Cuca.
Adversário ao estilo mineiro
Depois de dois meses com jogos às quartas-feiras e domingos, o Grêmio, enfim, conseguiu uma semana inteira para dar atenção à preparação coletiva e à recuperação dos atletas. E logo em momento importante do Campeonato Brasileiro, às vésperas da partida contra o vice-líder, Atlético. Para tentar vencer o rival direto na disputa pelo título, os gaúchos se preparam, mineiramente, em Atibaia, estância paulista, longe dos holofotes e das cobranças dos torcedores.
Ontem, a comissão técnica orientou trabalhos físicos e técnicos alternados com momentos de descontração e piscina regenerativa para os jogadores mais velhos (Gilberto Silva e Zé Roberto). Os mais novos fizeram atividade no campo, orientados pelos preparadores físicos Paulo Paixão e Antônio Mello.
O clima era de descontração. Depois, os atletas participaram de atividade recreativa, em que não poderiam deixar a bola cair no chão. André Lima e Souza também se arriscaram no tênis. Guilherme Biteco, oriundo da base e que viajou pela primeira vez por mais tempo com a equipe, foi batizado com as tradicionais brincadeiras do grupo. “É uma recepção carinhosa”, brincou Kleber, ao dar ‘petelecos’ na orelha do colega por causa de um erro na recreação.
REENCONTRO O goleiro Marcelo Grohe projeta dificuldades diante do Galo, domingo, no Independência. Ele conhece bem o grupo do alvinegro, que conta com quatro ex-gremistas: Victor, Réver, Rafael Marques e Escudero. “São grandes jogadores, o Atlético tem um grande time. Tenho certeza de que vai ser um jogo difícil. Em Minas, eles impuseram dificuldades aos adversários e teremos de estar preparados. A ideia é fazer uma boa semana para disputar uma grande partida domingo”, afirmou o defensor, lembrando da amizade que mantém com o goleiro atleticano.