sábado, 22 de setembro de 2012

O segredo de sucesso do Atlético-MG foi descoberto pelos rivais?

Galo tenta entender se os adversários sacaram a força do time neste Campeonato Brasileiro
LANCEPRESS! - 18/09/2012 - 06:05 Belo Horizonte
Antes líder do Campeonato Brasileiro e dono de um futebol invejado pelos rivais, o Atlético- MG de Ronaldinho Gaúcho caiu de rendimento, perdeu a primeira posição, não aproveitou a chance de recuperar a ponta e agora tenta entender como os adversários, aos poucos, já sabem como lhe superar em campo.
Na derrota para o Náutico, no último domingo, por exemplo, os comandados de Cuca não acertaram uma única finalização ao gol de Giedão, segundo a parceria LANCE!/FOOTSTATS. Reflexo de um time que já não apresenta a regularidade vista rodadas atrás. Ronaldinho, antes essencial na armação das jogadas, não tem encontrado a mesma facilidade. Já os velozes Bernard, Marcos Rocha e Danilinho alternam grandes atuações com jogos sem o brilho que se espera deles – os dois primeiros, inclusive, defenderão a Seleção Brasileira contra a Argentina, nesta quarta, no Superclássico das Américas, por estarem se destacando pelo Galo.
Em seus últimos quatro jogos como líder, o Atlético-MG tinha média de 53% de posse de bola e 22 finaliza ções corretas/jogo. Já nas suas quatro partidas como vice-líder, os números caíram para 51,5% e 16, respectivamente. Apesar disso, o confiante Cuca acredita que a oscilação apresentada pelo Atlético no Brasileiro - são apenas duas vitórias nos últimos oito jogos - é normal.
- Não podemos fazer desses resultados um problemão. Temos de trabalhar e recuperar. Se eles jogaram mal contra o Náutico, não irão jogar mal novamente até o fim do campeonato -– disse o treinador atleticano.
No domingo, o Galo tentará colocar um ponto final nas suas oscilações diante do Grêmio, o terceiro colocado na tabela e concorrente direito ao título do Brasileirão.
ANÁLISE DO GALO
MAURO BETING
Colunista do LANCE!
Oscilação é normal
Taticamente, não é o Atlético Mineiro que tem um esquema manjado" e "conhecido". São quase todos os times brasileiros que têm atuado no 4-2-3-1. A queda de produção é natural num campeonato tão equilibrado.
Anormal foi ter conquistado tudo que ganhou no turno. Nem sempre vencendo e convencendo. Como também fazem Fluminense e Grêmio,
que seguem na cola e na ponta. Mais que uma queda de produção tática, tecnicamente alguns jogadores têm rendido menos. O time, nas últimas seis rodadas, tem um dos piores aproveitamentos de passes do BR-12. O que explica – em parte – os problemas da equipe. A marcação que, mesmo nos melhores momentos do turno, nem sempre teve índices compatíveis com a excelente campanha, também não tem sido tão eficiente. Talvez, aí sim por um certo desleixo da turma de frente. Não dos volantes. Algo que pode ser tão conversado quanto treinado por Cuca.
O desgaste psicológico da liderança também pesa. O fato de o clube não conquistar um título nacional desde 1971 colabora. A pressão sobre Cuca, excessiva e injustamente cobrado por não conquistar títulos com equipes que montou, também não ajuda.
Algo pode ser feito. Com os mesmos jogadores. Com o mesmo esquema. A oscilação é natural. Não pode o treinador mudar todo o time. Ou parte dele. A sorte atleticana é que o elenco tem boas opções técnicas. Há como mudar alguns nomes sem mexer na ideia e na filosofia de jogo.
Nas últimas seis rodadas, o Galo tem um dos cinco piores ataques. Um dos cinco que menos finalizam, segundo a parceria LANCE!/FOOTSTATS Mas ainda tem uma das quatro defesas menos vazadas. O que pode garantir o desempenho por ora – decepcionante. Mas com grande potencial de recuperação.
CAMPEÕES SOFRERAM
Nos últimos cinco anos, campeões brasileiros passaram por perrengues durante a competição. Em um levantamento feito pelo LNET!, Corinthians, Fluminense, Flamengo e São Paulo, em duas oportunidades, ficaram pelo menos três jogos sem vencer. E há uma grande coincidência e um alento para os atleticanos: todos os momentos de sobe e desce dos campeões nacionais aconteceram na virada do segundo turno.
O exemplo mais recente é do Timão, que em 2011 após fazer uma campanha perfeita no primeiro turno, ficou quatro jogos sem ganhar, mas se recuperou e foi campeão.
TIMES QUE OSCILARAM
2011- Corinthians
O Timão ficou três jogos seguidos sem vencer no segundo turno. No fim acabou campeão.
2010 - Fluminense
Os cariocas ficaram quatro jogos sem ganhar justamente na virada do turno e foram campeões.
2009 - Flamengo
Entre as rodada 19 e 23, o Flamengo ganhou um jogo em quatro, mas levou o caneco.
2008 - São Paulo
O Tricolor paulista sofreu quatro jogos seguidos, mas alcançou o tricampeonato naquele ano.
2007 - São Paulo
Para chegar ao bi, o time de Muricy teve três jogos seguidos sem vencer no segundo turno.

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