terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Quem chega, joga (01/01)

Antônio Melane - Estado de Minas

Com essa filosofia, técnico e diretoria alvinegra preferem avaliar com muito cuidado nomes de possíveis contratados

O torcedor atleticano terá de esperar mais algumas horas para que tenha novidades. Os dirigentes sabem que há uma ansiedade, mas não querem atropelar os fatos. Muito menos, contratando jogadores que podem não ser aproveitados. A filosofia do técnico Vanderlei Luxemburgo e do presidente Alexandre Kalil é a seguinte: trazer quem vem para jogar. Por esse motivo estão sendo avaliados os nomes, principalmente por parte do treinador. O que seria mais importante neste momento, por enquanto, é saber se, para o ataque, o melhor é contar com Obina ou Kléber Pereira. Um deles será atleticano. Obina pode estar em vantagem porque, em 2008, jogou com Diego Tardelli no Flamengo e se deram bem. Na época, seu nome foi até cogitado para jogar na Europa. Depois, começou a perder muitos gols, irritou o torcedor rubro-negro, acabou o encanto, e ele foi emprestado ao Palmeiras. Também não aguentou a concorrência e foi para a reserva. A questão é que Luxemburgo sabe o que é o melhor para o seu trabalho, além da questão financeira. O Flamengo insiste em R$ 3 milhões para vender o jogador – não aceita empréstimo, como deseja o Atlético –, enquanto uma negociação para trazer Kléber Pereira seria mais tranqüilo. Aliás, as conversas estão bem adiantadas com ambos. O que falta é o clube dizer quem vem, dependendo do que tem no cofre. Domingo, Luxemburgo estará em Belo Horizonte para iniciar seu trabalho. Vai dedicar as últimas 48 horas das férias exclusivamente para contatos, reuniões com a comissão técnica e o presidente e para montar a programação para que, terça-feira, quando chegarem à Cidade do Galo, os jogadores tenham todo o planejamento para o início da pré-temporada. Depois da venda de Éder Luís para o Benfica, de Portugal, por 2 milhões de euros (R$ 5,4 milhões), o que de mais importante vem acontecendo no Atlético é o assédio de empresários querendo levar o armador Wendel, destaque na campanha do Campeonato Brasileiro Sub-20, no Rio Grande do Sul (o time alvinegro terminou como vice-campeão). A pressão está tão grande que é possível que ele não tenha nem a chance de vestir a camisa da equipe principal. As propostas são tentadoras. Ouro nas mãos Wendel mostrou que tem talento. Foi visto por vários empresários que, imediatamente, procuraram o Atlético. Ele sabe trabalhar a bola e jogar pelos lados, principalmente pela esquerda. Mesmo sem as melhores condições físicas, foi o jogador que mais apareceu na competição. O assistente de Luxemburgo, Nei Pandolfo, que acompanhou os jogos, afirmou que é um jogador que já está nos planos para 2010 por se tratar de um ouro que precisa ser lapidado. Wendel confirma há algum tempo que é um dos jovens mais promissores do Atlético. Foi destaque na última Copa São Paulo, na Taça Belo Horizonte de Júnior, fazendo o gol que deu o título ao Atlético, e agora no Brasileiro Sub-20. Também já esteve na Seleção Brasileira Sub-20. Com apenas 18 anos, mostra habilidade e rapidez que o fizeram receber sondagens no meio do ano da Inter, de Milão. Agora, há outros interessados e o Atlético tenta resistir às ofertas. Wendel Alex dos Santos nasceu em 31 de agosto de 1991, em Ribeirão Preto (SP). Está cotado em R$ 20 milhões no mercado internacional.

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