segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ministério Público bane temporariamente duas organizadas do Cruzeiro e uma do Atlético


Máfia Azul, Pavilhão Independente e Galoucura foram alvos de medida educativa
postado em 29/09/2014 19:20 / atualizado em 29/09/2014 20:46
Luiz Martini /Superesportes
A selvageria que marcou o último clássico entre Cruzeiro e Atlético teve uma resposta do Ministério Público de Minas Gerais nesta segunda-feira. Em audiência realizada na Promotoria de Justiça da Capital ficou decidido que as organizadas Máfia Azul, Pavilhão Independente (do Cruzeiro) e Galoucura (do Atlético) estão banidas temporariamente dos estádios nacionais e dos seus arredores, num raio de cinco quilômetros, nos dias de jogos. A decisão vale por seis meses e se estende a cinco clássicos entre os clubes. O Termo de Ajustamento de Conduta, firmado em 2008, ganhou adequações para a inclusão dessa medida educativa.
O relatório encaminhado pela Polícia Militar depois da partida do dia 21 de setembro, no Mineirão, e o histórico de agressões das duas torcidas pesaram na decisão, segundo o Ministério Público. Os registros de violência e hostilidade recíproca entre as torcidas organizadas foram citados como responsáveis em agravar o clima de “guerra” entre os torcedores comuns.
As organizadas têm o prazo de 30 dias para se defender, e a pena será revista após esse período. A medida educativa ainda restringe os torcedores vinculados às organizadas de usar qualquer vestimenta, faixa, bandeira ou boné alusivos à agremiação durante o período de banimento. A exposição dos nomes das organizadas não será permitida e nem a cessão de ingressos, conforme ocorre em alguns clubes do país.
Nos dias de clássico entre Atlético e Cruzeiro e em datas em que houver partida do clube rival das respectivas torcidas, as organizadas penalizadas estarão proibidas de utilizarem suas sedes, sob risco de multa de R$ 50 mil.
Fora do Mineirão
Em relação à torcida Galoucura, a ata divulgada pelo Ministério Público informa que houve descumprimento do pacto firmado com a PM no deslocamento para o estádio, colocando em risco a vida de integrantes da torcida e outras pessoas. Vários componentes foram acusados de ir em direção à torcida Pavilhão Independente e trocar ofensas verbais, deixando o clima tenso no entorno do Gigante da Pampulha. A agressão de um torcedor do Cruzeiro por membros da organizada alvinegra, no trajeto ao Mineirão, e a tentativa de saque a um comércio local também foram evidenciadas pelo MP, conforme registro do boletim de ocorrência feito pela polícia.
Bombas tipo “garrafão”, um soco inglês e rojões foram apreendidos pela PM com membros da Galoucura. Ainda houve briga generalizada entre integrantes da própria torcida e uso da manobra conhecida como “cavalo doido”, na qual a tentativa de tumultuar a entrada nas bilheterias é feita para forçar a passagem sem o ingresso.
O comportamento da Pavilhão Independente do lado de fora do Mineirão também foi recriminado na audiência. Segundo a PM, um integrante da torcida celeste decidiu queimar um rojão em via pública e afrontou os policiais quando flagrado, desrespeitando as normas de segurança e colocando em risco a vida de outras pessoas.
A Máfia Azul também teve problemas no clássico com briga generalizada entre seus torcedores e a prisão de um integrante com quatro artefatos explosivos unidos por fita adesiva e pregos, com alto potencial ofensivo. O arremesso de um rojão em direção à Galoucura também consta na ata, mas há dúvida a qual torcida do Cruzeiro o infrator está vinculado.
No dia do clássico, quatro atleticanos ainda foram atingidos por disparos de arma de fogo em um ponto de ônibus da capital mineira. O suspeito foi preso.
Dentro do estádio
A tentativa de invadir o espaço destinado à torcida do Cruzeiro, o arremesso de vários artefatos explosivos e a depredação de cadeiras para lançamento contra a torcida rival foram denunciadas pela PM como de responsabilidade da torcida Galoucura dentro do Mineirão.
Já a Pavilhão Independente e Máfia Azul foram responsabilizadas de formas diferentes. A primeira foi apontada pela tentativa de invasão do espaço destinado à Galoucura e o arremesso de cadeiras, com depredação do estádio. A organizada responsável por lançar um rojão contra a torcida alvinegra não foi identificada.

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