Festa dentro e fora do campo
Sequência de 4 jogos de jejum não desanimou os atleticanos, que lotaram o Independência para empurrar o time rumo à vitória. Pierre destaca o espírito de luta dos jogadores
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:10/09/2012 07:01
Em vez de confusões, uma noite de tranquilidade e de festa das torcidas de Atlético e Palmeiras, no Independência. Duas semanas depois do clássico com o Cruzeiro, a violência ainda foi tema central nas conversas, mas desta vez a cordialidade e o respeito falaram mais alto. Tanto que uma caravana de 100 palmeirenses passou sem problemas no meio de um mar de atleticanos nas ruas Pitangui e Ismênia Tunes.
Vindos de São Paulo de ônibus, eles aproveitaram para conhecer o pão de queijo e o feijão-tropeiro de Minas Gerais. “O estádio é muito bonito e a comida também só merece elogios. O povo mineiro é muito educado e receptivo”, afirmava o estudante Guilherme Martins, de 19 anos, acompanhado de seis amigos. Eles voltariam para a capital paulista depois da partida desse domingo.
A série de quatro jogos sem vencer não desanimou os atleticanos, que mais uma vez coloriram as cadeiras do Independência de preto e branco. “A queda é natural, mas o time certamente vai reencontrar sua força e superioridade. Existem aqueles torcedores que ficam desconfiados, mas o normal da torcida do Galo é ficar animada, ainda mais nessas horas difíceis”, ponderava o bancário Arthur Marchesine, de 30 anos, que ressaltou a importância de os jogadores manterem os pés no chão e respeitarem os adversários para não serem surpreendidos.
Muitas crianças compareceram ao Independência para prestigiar a equipe, mesmo sob relativo temor dos pais. O engenheiro Daniel Pimenta, de 39 anos, não desgrudou um segundo de Luís Felipe, de 11. “A gente fica receoso de trazer nossos filhos ao estádio por causa de brigas e violência. Não ficamos 100% seguros, mas procuramos não beber, sempre vigiá-los e não reagir a qualquer provocação de outros torcedores.”
Nas ruas próximas ao Independência, a campanha política tornou-se comum. Não bastasse a sujeira por causa dos santinhos e panfletos, os cavaletes de candidatos ainda atrapalhavam o fluxo de torcedores. Por isso, alguns perderam a já tradicional festa da chegada do ônibus da delegação atleticana.
COMEMORAÇÃO Com o passar do tempo, a massa tornou-se exigente, mas não perdeu a paciência. As primeiras vaias apareceram para o lateral Marcos Rocha e para o armador Danilinho, mas a esperança era de reação. Depois que o Galo marcou com Leonardo Silva e duas vezes com Bernard, a festa foi geral nas cadeiras. No campo, os jogadores conseguiram superar o nervosismo e administraram a vitória, apesar de o Palmeiras assustar nos instantes finais.
Para o volante Pierre, o espírito de luta da equipe na etapa complementar foi o segredo do sucesso: “Perseverança foi a palavra-chave. Insistimos na hora e mudamos a postura no segundo tempo. Tivemos dificuldades para sair da marcação, mas as substituições deram certo e conseguimos a vitória”.
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