sábado, 26 de novembro de 2011

A um ponto do paraíso

Depois de passar sufoco durante todo o Brasileiro, Atlético embarca para a última viagem em busca do empate diante do Corinthians para aliviar a pressão nos dois derradeiros jogos
Paulo Galvão - Estado de Minas
Publicação:19/11/2011 07:00
O Atlético embarca hoje à tarde para a última viagem nesta temporada. A delegação vai a São Paulo, onde enfrenta o Corinthians, líder do Campeonato Brasileiro, amanhã, às 17h, no Pacaembu, buscando garantir matematicamente a permanência na Série A, o que pode ocorrer com um empate, dependendo de outros resultados. Se a missão for cumprida, a equipe alvinegra poderá usar os dois últimos jogos no Nacional, contra Botafogo e Cruzeiro, em Sete Lagoas, para se despedir de forma digna de 2011. O ano não deixará saudade, pois o time não conquistou nenhum título e ainda correu risco de rebaixamento.
Grande parte do objetivo foi alcançando com a vitória por 2 a 1 sobre o Coritiba, na noite de quinta-feira, na Arena do Jacaré, que fez os atleticanos respirarem bem mais aliviados. Mas na equipe, a comemoração mesmo só ocorrerá quando o risco de queda estiver totalmente erradicado. “Estamos com aquela sensação de dever quase cumprido, falta alguma coisinha. Talvez, dependendo dos resultados, nem falte, mas precisamos buscar um pontinho para ficarmos tranquilos”, afirmou o técnico Cuca, que quer seus comandados atentos no Pacaembu. “Quanto antes conseguirmos nosso objetivo, melhor. Aí, vamos poder comemorar, pensar no ano que vem, descansar, pois a temporada foi muito desgastante.”
O estresse é tamanho que o treinador prometeu a si mesmo: nunca mais vai assumir uma equipe que luta contra o rebaixamento. Parte de seu prestígio foi construído nas adversidades, ajudando Goiás (2003), Fluminense (2009) e agora o Atlético, caso se confirme, a se safar. O preço, porém, é considerado muito alto. “É tudo muito sofrido, muito duro, você acaba envelhecendo precocemente, pois todo jogo é decisão, tem de ganhar, ganhar, ganhar. Acaba que você não desfruta o futebol. Se não ganhássemos (do Coritiba), imagina o que aconteceria. Teríamos de fazer decisão contra Corinthians e Botafogo, que lutam por título e Libertadores. E você não pode passar isso para o jogador, fica com tudo”, disse.
Cuca ressalta o bom desempenho do Galo no returno do Brasileiro, no qual tem a quarta melhor campanha ao lado justamente do Timão, sobre o qual leva vantagem no saldo de gols. Além disso, venceu cinco dos últimos sete jogos, inclusive contra equipes que estão na parte de cima da tabela, como o Fluminense. Para que a boa fase continue, a ordem é não deixar o ritmo cair. “Vamos trabalhar para vencer mais partidas, mas nosso pensamento agora já é no próximo jogo, somar pelo menos mais um ponto, para, então, respirarmos aliviados”, declarou o volante Serginho, que substituiu Carlos César, suspenso, no jogo de quinta-feira.
DÚVIDAS Para o jogo de amanhã, Cuca não confirma qual formação mandará a campo. Ele gostou da equipe diante do Coritiba, quando, além do lateral-direito, não pôde contar com o armador Daniel Carvalho, também suspenso. Além disso, optou por escalar Richarlyson na vaga do lateral-esquerdo Triguinho, cuja escalação implicaria no pagamento de multa de R$ 300 mil, segundo estabelece contrato de empréstimo com o time paranaense.
Pela 32ª rodada, o Galo pagou ao Palmeiras R$ 200 mil para escalar o volante Pierre, mas Cuca alega que a situação era diferente, pois, na ocasião, o reserva imediato, Serginho, estava suspenso. “O Triguinho faz falta, mas o Richarlyson treinou bem e peguei confiança. Se ele treina mal, vou no presidente e falo que tem que pagar a multa”, explicou o treinador, que pode definir hoje o time para encarar o Corinthians.

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