18/12/2014 19h59 - Atualizado em 18/12/2014 20h12


Viabilidade financeira, Lucas Pratto e Tardelli: presidente fala sobre o Galo
Daniel Nepomuceno espera vitória em Brasília para equacionar salários atrasados no clube. Dirigente ainda fala sobre situações dos atacantes
Por GloboEsporte.com
Belo Horizonte
Num período em que a maioria das pessoas está pensando nas festas de final de ano e descanso após um longo ano de trabalho, Daniel Nepomuceno, presidente eleito do Atlético-MG vai na contramão. Tentando solucionar vários problemas do clube ainda em 2014, o dirigente não tem tido tempo para pensar em descanso, já que questões salariais, montagem de elenco e chegadas e saídas de jogadores são sempre assuntos em pauta. Em entrevista concedida à Rádio Itatiaia, o mandatário alvinegro destrinchou a situação financeira do clube, sobre como espera contornar os atrasos salariais, além de detalhar a contratação de Lucas Pratto em meio ao caos nas finanças, e ainda revelou o futuro do maior astro da equipe, Diego Tardelli.
Sobre a questão financeira e as intermináveis reuniões em Brasília, Nepomuceno se mostra otimista e espera mais vitórias.
- O que está acontecendo é que a Justiça Federal entra em recesso amanhã. Eu estive com o Rodolfo e Lásaro em Brasília na semana passada e essa semana, para dar segurança, julgar agravos e homologar acordo feitos com Fazenda Nacional e com receio que não fiquei mais 30 ou 60 dias. Um dos agravos foi julgado hoje e foi parcialmente acatado, e mais dois serão julgados amanhã. Uma vez homologado nossos agravos traz segurança jurídica para as transações financeiras do Atlético-MG. É uma apreensão e estamos há quase um ano no dia a dia fazendo esse acordo. Já existe esse acordo com Governo Federal e a Fazenda, mas não houve essa homologação aqui em Minas. Agora estamos tentando convencimento dos desembargadores em Brasília. Ontem o Senado aprovou o refinanciamento dos clubes e paralelamente tem outros mecanismos que estamos tentando. O Atlético-MG está há um ano com solução, caso mais simples e estamos tendo essa batalha jurídica e falta muito pouco. Amanhã, se um desembargador entender que é correta essa homologação, vamos trabalhar com mais paz - disse em entrevista para a Rádio Itatiaia.
Confira os principais trechos da entrevista do presidente do Atlético-MG
Questão financeira
Já existe esse acordo com Governo Federal e a Fazenda, mas não houve essa homologação aqui em Minas. Agora estamos tentando convencimento dos desembargadores em Brasília
Daniel Nepomuceno
- Esse mês tivemos mais bloqueios. O salário desse mês foi pago e estamos correndo atrás para pagar o 13º. No meu segundo dia como presidente me reuni com jogadores e estamos trabalhando com outras questões de patrocínio chegando, Galo na Veia, estamos injetando dinheiro no clube para começar 2015 com tudo acertado e pagar todos os direitos de imagem. Não está difícil, o problema é a insegurança, porque qualquer venda de jogador e dinheiro novo pode ser bloqueado, essa é a grande verdade, então trabalhamos para isso e o corpo jurídico tem que estar um passo na frente, isso que me deixa aflito. Últimos dez dias foram só boas noticias, com uma viabilidade econômica bem mais tranquila do que pensei que ia pegar para 2015. Agora tem que ter essa homologação para não ter nova surpresa de injetar dinheiro no caixa e ficar retido mais uma vez.
Como levantou recurso para comprar Pratto
- Foi muito simples. Tivemos investidores que, quando começou a ventilar o nome dele e vontade de jogar aqui, pessoas que investem no futebol entraram em contato com a gente e fomos parceiros nessa compra. Infelizmente não tem tantos investidores para pagamento de salário, mas com o nome do Lucas Pratto não foi difícil conseguir parceiros. Isso não mudou em nada as finanças do clube, uma questão paralela e foi surpresa durante a transação o Prattto. Se torna o melhor do ano e já entra com maior valor, e quem foi parceiro do clube já saiu ganhando em menos de dois dias, então isso não mudou o caixa do Atlético-MG não.
Reunião com Levir
- O Levir é o técnico que todo presidente sonha. Ele não exige aquela listagem de jogadores. Com esse novo centroavante, a gente praticamente tem o time muito bem feito. O Levir até fala que o clube tem muitos garotos que precisam de oportunidade para jogar. Não adianta testarmos outros nomes que não venham para ser titular, como o Lucas Pratto. Depois da minha posse, fiquei adiando esse encontro com o Levir para a gente conversar sobre reforços. Foram tirados alguns nomes, que vou revelar futuramente, mas se o mercado apresentar, vamos correr atrás.
Novos reforços
- Dois ou três que são craques e que poderiam vir, mas que não batemos o martelo para o Maluf correr atrás. Fizemos o planejamento inteiro não só para jogadores, mas a temporada, com amistosos e se vai jogar com o time misto ou reserva no Campeonato Mineiro”.
Situação de Diego Tardelli
- Tive uma conversa muito séria com ele no meu primeiro dia como presidente. Ele me colocou a proposta que tinha recebido, a vontade de jogar fora e ter a liberdade financeira. Conversei abertamente e disse que buscaria uma maneira para ele ficar mais um ano ou jogar até o fim da Libertadores. Pedi um tempo até eu poder trabalhar um melhor elenco. As propostas que foram oferecidas ao Tardelli ainda não foram finalizadas. Conversei com o Levir, também tem que entender o jogador que está com 30 anos e tem esse desejo. A proposta do clube chinês é muito boa, mas para o Atlético não é. Queria batalhar para que, caso ocorra a venda, fosse bom para todos. Como fiquei em Brasília resolvendo esses problemas jurídicos e também a negociação do Pratto, a situação do Tardelli deu uma esfriada. O meu posicionamento é que ele é prioritário para esse elenco de 2015, mas vai depender de um acerto que seja bom para os três lados”.
Para o Tardelli ficar
- Reajuste de salário não resolveria. Estamos equacionando os salários no Atlético, vamos reduzir o valor da folha, temos que ter essa responsabilidade de não ficar querendo competir com outros mercados, isso é impossível. O time chinês oferece 1 milhão, 2 milhões para o jogador, o dólar bate R$ 2,80 e não tem como competir. Não posso ser irresponsável”.