sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

NOVO VÍNCULO


O melhor contrato da história

Nem mesmo Bernard, revelação mais badalada dos último anos, chegou ao mesmo patamar salarial de Marcos Rocha

PUBLICADO EM 09/01/15 - 04h00
FELIPE RIBEIRO
@FELIPERIBEIROF9
Marcos Rocha precisou passar por muitos momentos adversos dentro do Atlético até chegar ao atual. Salário mínimo, empréstimo para jogar a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, dificuldades longe da família, perseguição dos torcedores e descrença de alguns treinadores ficaram pelo caminho.
Com personalidade forte, o dono da camisa 2 chegou a bater de frente com a Massa algumas vezes em que foi criticado. Com fala mansa e trabalho, conseguiu cravar seu nome na história do clube e teve o reconhecimento da torcida.
Rocha teve vários motivos para percorrer o mesmo caminho de muitos sonhadores que chegam ao mundo da bola, se decepcionam, abandonam a carreira e se dedicam a outra profissão. Mas a persistência fez com que os obstáculos fossem vencidos um a um até chegar ao status de jogador formado na base com maior valorização salarial da história do Atlético.
Nem mesmo o meia-atacante Bernard, revelação mais badalada do clube nos últimos anos, atingiu esse mesmo patamar. Quando foi vendido para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, o baixinho ainda não havia chegado ao nível salarial que Rocha alcançou na recente prorrogação de contrato.
Tudo começou a mudar depois do destaque que teve com o América, entre os anos de 2010 e 2011. Respirar novos ares para mostrar seu valor foi o trajeto encontrado por Marcos Rocha para seguir firme em seus ideais, continuar acreditando em seu potencial e dar a volta por cima no Galo.
Cuca apostou na qualidade do lateral e bancou a permanência que, no começo de 2012, ainda dependia de uma fase de testes. O camisa 2 passou com louvor, assumiu a titularidade, aprendeu a lidar com a pressão das arquibancadas e bateu as metas estabelecidas em seu contrato, chegando à seleção brasileira.
Campeão da Libertadores com um dos lances que ficarão imortalizados na mente dos atleticanos – o lateral batido para Ronaldinho que pegou a defesa do São Paulo completamente desprevenida –, Rocha continuou a escalada em sua carreira.
Mas o novo salário, já bem mais próximo daqueles pagos aos grandes jogadores do mercado nacional, não fez com que o jogador se acomodasse. Vieram mais cobranças por ter subido de patamar técnico e financeiro, mas veio também uma nova conquista inédita, com a Copa do Brasil no ano passado. Prestes a assinar o maior contrato de sua vida, renovando o vínculo até 2018 e ficando abaixo apenas de Victor e Tardelli em termos de salário, Marcos Rocha sabe da responsabilidade, mas quer evoluir.
“Sei o quanto é difícil para um jogador da base ser reconhecido, ainda mais em um grande clube como o Atlético. Só tenho que agradecer à diretoria por ter confiado em mim. Faço parte da história com títulos e ainda quero conquistar mais”, destacou Marcos Rocha a O TEMPO.
A evolução dos contratos de Marcos Rocha
Primeiro contrato
2007 a 2012
Começou com salário mínimo (R$ 380). Foi emprestado ao Tombense para jogar a Segunda Divisão do Mineiro. Na sequência, em 2008, foi ao CRB-AL e jogou a Série B.
Renovação
2009
Jogou pelo Atlético, com o mesmo contrato, mas o salário saiu do mínimo para R$ 3.500. Depois de atuar no Campeonato Mineiro, teve reajuste, subindo para R$ 7.000, com Celso Roth.
Empréstimos e renovação
2010 a 2011
Encostado por Luxemburgo, foi cedido à Ponte Preta e depois ao América. Pelo Coelho, evoluiu, foi o melhor lateral da Série B e, em 2011, mesmo com a queda do time na Série A, se destacou.
Primeiro grande contrato
2012 a 2015
Após ter ido bem no América, Cuca exigiu sua volta, e Rocha fez um acordo baseado em metas e produtividade. Bateu as metas, fez 90% dos jogos e foi vice-campeão brasileiro.
Segundo grande contrato
2013 a 2016
Jogando Libertadores e convocado pela seleção, o lateral foi valorizado mais uma vez. Fez contrato compatível com jogador de seleção e novamente todas as metas de produtividade.
Contrato de estrela
2015 a 2018
Jogador feito na base que ganhou os dois títulos mais importantes do Galo fez um acordo muito bom, abaixo apenas do goleiro Victor e do atacante Diego Tardelli.

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