quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sábado à noite, mas sem embalo (01/12)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Galo se apega a detalhes em busca de motivação para pegar o Corinthians, em jogo antecipado pela CBF. Objetivos na última rodada passam a ser individuais

Líder do Brasileiro por oito rodadas, o Atlético chegou a se candidatar, merecidamente, ao título. Mas alguns tropeços reduziram seu objetivo a garantir vaga na Copa Libertadores, o que foi também ficando difícil, com a queda vertiginosa de rendimento nas últimas rodadas, até perder a chance de ir à principal competição continental do ano que vem. Agora, o alvinegro se apega a alguns detalhes para se despedir de forma digna da temporada, diante do Corinthians, em jogo antecipado para sábado, às 19h30, no Mineirão – a CBF fez o mesmo com Náutico x Avaí, a outra partida que nada afeta as disputas do campeonato.
Para alguns jogadores, o jogo final serve para tentar fechar bem o ano, mostrando que merecem permanecer na Cidade do Galo. Afinal, o técnico Celso Roth deixou claro, depois da derrota por 3 a 1 para o Palmeiras, domingo, no Parque Antártica, que os últimos resultados podem provocar mudanças no planejamento para 2010.
“Já temos um mapa encaminhado. Já conversamos com o presidente, fizemos um mapeamento do ano que vem, independentemente do que fosse ocorrer. Mas é óbvio que os resultados ruins fazem a gente repensar algumas coisas. Em um momento em que a gente tinha de dar o salto de qualidade, falhamos. Então, temos coisas para avaliar”, declarou o treinador, que, em 40 jogo pelo Galo este ano, obteve 17 vitórias, 10 empates e 13 derrotas, com 50,8% de aproveitamento.
Para os atletas, a hora é mesmo de terminar o ano com a vitória e começar a pensar em 2010. “Tropeçamos mais uma vez, mas temos de levantar a cabeça para este último jogo contra o Corinthians, voltar no ano que vem e fazer diferente”, afirmou o zagueiro Werley, para quem o planejamento deve mesmo começar logo. “Infelizmente, não conseguimos as vitórias de que precisávamos. Agora é conversar com o Celso e ver quem vai ficar para o ano que vem.”
Além de tentar garantir a permanência no Galo, uma boa atuação na última partida pode influir numa transferência para o exterior. O atacante Éder Luís, por exemplo, interessa ao Porto, cujo representante entrou em contato semana passada com o presidente Alexandre Kalil. O presidente atleticano “pôs preço” nos direitos do jogador, vice-artilheiro da equipe na temporada, com 22 gols, 12 deles no Brasileiro. O Atlético detém 50% dos direitos econômicos de Éder Luís, com a outra metade pertencendo a um grupo de empresários. Na metade do ano, Kalil teria recusado 4,5 milhões de euros do Lokomotiv, de Moscou.
Há também jogadores com contrato por terminar. Alguns serão procurados para renovar, outros estudarão propostas de fora. O volante Márcio Araújo, cujos direitos pertencem ao Tombense, por exemplo, pode se transferir para o rival Cruzeiro. Seu companheiro de posição Renan, que saiu durante o jogo de domingo, fraturou o antebraço direito.
MÉDIA DE PÚBLICO
O Atlético ainda pode conseguir duas marcas importantes no Brasileiro. Com o gol no Parque Antártica, o atacante Diego Tardelli se igualou a Adriano (Flamengo) na liderança da artilharia, com 19, podendo terminar o Nacional como o goleador.
A outra vem sendo garantida pela torcida, responsável pelo melhor público da competição, com 730.691 pagantes em 18 jogos em casa (média de 40.594). O problema é que, se o torcedor não comparecer sábado, o alvinegro será ultrapassado pelo Flamengo, que já levou como mandante 682.038 a seus jogos (37.891). Se o Maracanã, palco da partida contra o Grêmio, domingo, receber 48.654 pagantes a mais do que o Mineirão, o rubro-negro será o campeão em público. A previsão é que o principal estádio do país receba 78 mil pagantes, o que obrigará o Galo a atrair 40 mil à Pampulha.

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