quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Boa dor de cabeça (30/09)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Com três vitórias nos últimos quatro jogos, o Atlético parece ter reencontrado a boa fase no Campeonato Brasileiro. Para isso, contribuiu a chegada de reforços, como o volante Correa, que deixou o grupo mais qualificado, e também a recuperação de atletas que estavam contundidos, como o volante Márcio Araújo. Com muitas opções e tempo para trabalhar, o técnico Celso Roth pode montar a equipe da forma que considera mais adequada e os resultados estão aparecendo, como nos 3 a 1 sobre o Santos, domingo, no Mineirão. Agora, o time se prepara para receber o Barueri, sábado, e, além do trabalho em campo, ele tem cuidado para que o ambiente continue o melhor possível. Assim, insatisfações com a reserva, por exemplo, não são aceitas. Para manter o controle, o treinador é pragmático. “No futebol vale o presente e a metodologia é simples: quem está melhor tem de jogar”, apregoou o comandante alvinegro. Com o grupo mais encorpado, alguns atletas de renome acabam na reserva ou nem sendo relacionado para os jogos. Todos garantem, porém, que isso é natural e não gera qualquer tipo de problema. “Aqui não tem vaidade, todos respeitam a decisão do Celso Roth. Claro que todo mundo quer buscar seu espaço e quem ganha com isso é o Atlético, que tem sempre atletas dispostos a fazer o melhor”, declarou o zagueiro Werley, para quem existe a consciência de que as vitórias são de todos, o que faz com que mesmo quem não está jogando se sinta importante. Ao lado do lateral-esquerdo Thiago Feltri, de Márcio Araújo e do atacante Éder Luís, ele representa as categorias de base do Galo no atual time titular, ganhando a concorrência de contratados como o paraguaio Benítez. A vaga foi conseguida à custa de muito esforço, pois seu aproveitamento nem era certo no início do ano, quando retornou de empréstimo ao América-RJ. “Quando fui emprestado, achei que nem voltaria mais. Mas busquei força na família e nos amigos e consegui dar a volta por cima. A passagem pelo América-RJ acabou sendo boa, pois tive sequência de jogos, encarei grandes times, o que foi importante para que eu conseguisse aproveitar as chances que acabaram surgindo este ano”, disse o zagueiro. Das 26 partidas do alvinegro neste Brasileiro, Werley participou de 20, com nove vitórias, seis empates e cinco derrotas. Na temporada, são 34 jogos, com 20 triunfos, sete igualdades e igual número de reveses. “O Celso está me dando a oportunidade e espero terminar bem o Brasileiro. Com o apoio de todos, vou procurar não deixar a peteca cair.” Para continuar contando com a confiança do treinador, o defensor pretende manter o jogo simples, como vem fazendo. A única coisa diferente que espera que ocorra é marcar o primeiro gol como profissional. “Estou ansioso e a família também, meu pai e meu avô ligam perguntando quando vou marcar. Mas tenho procurado manter a tranquilidade e sei que o gol vai sair na hora certa”, afirmou. BRIGA ACIRRADA Se Werley está garantido na zaga, na armação a briga está cada vez mais acirrada. Contra o Santos, Ricardinho estreou entrando no segundo tempo e, com a melhora da condição física e maior entrosamento, começa a almejar a vaga de titular. Porém, como Evandro foi muito bem no domingo, deve ser mantido diante do Barueri. O jogador, muito elogiado por Celso Roth, diz estar tranquilo, apesar da concorrência forte no setor – além do recém-chegado, também estão na briga o experiente Júnior, Renan Oliveira e Tchô. “Estou tendo sequência, coisa que não tinha em outros clubes. É de confiança do treinador que preciso, pois, com os jogos, tenho certeza que posso melhorar muito mais”, disse Evandro, autor do gol que abriu o caminho para o triunfo sobre o Peixe. A definição da equipe para pegar o Barueri só deverá sair no treino de amanhã. Porém, como gostou muito da atuação no domingo, Celso Roth deverá repetir a formação.

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