sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Diga-me quem contrata...

Aproveitamento de reforços do Cruzeiro e Atlético se reflete na posição dos times na tabela. Galo tem 4 titulares entre os 5 novatos. Na Raposa, só 2 entre 7 são os donos da vaga
Paulo Galvão - Estado de Minas
Roger Dias - Estado de Minas
Publicação:24/08/2012 07:00
Cruzeiro e Atlético se encontrarão no domingo vivendo momentos bem diferentes. Enquanto o alvinegro lidera o Campeonato Brasileiro há 12 rodadas, tem jogado bem e está entusiasmando a torcida, os celestes ocupam o meio da tabela, ainda buscam o equilíbrio em campo e convivem com a desconfiança dos próprios torcedores. Muito disso se deve à realidade de cada clube. Se o Galo vem com o mesmo treinador há mais de um ano e fez contratações pontuais para a disputa do Nacional, a Raposa não só trocou o comando técnico às vésperas da competição como tem uma diretoria com apenas nove meses de trabalho e que diz ter recebido uma instituição no limite financeiro. Assim, fez apostas para tentar reforçar o time. A maioria, porém, não deu certo.
Especificamente para o Brasileiro o Cruzeiro contratou sete atletas: o lateral-direito Ceará; o zagueiro Rafael Donato; os volantes Sandro Silva, Tinga e Willian Magrão; e os atacantes Fabinho e Borges. Além deles, o armador Martinuccio chegou a ser anunciado, mas não passou nos exames médicos e depende de se recuperar de contusão óssea na perna esquerda. Dos que chegaram, apenas Ceará e Borges são titulares absolutos. Os demais vivem o entra e sai que se tornou comum desde que Celso Roth assumiu como treinador, em meados de maio, a que também pode se juntar o armador Souza, que chegou antes do comandante, mas tinha como principal objetivo o Nacional.
O técnico celeste não se cansa de dizer que a situação da equipe celeste é reflexo dos erros cometidos desde o início do ano, quando foram contratados atletas que nem estão mais no clube, como o volante Amaral e o atacante Fábio Lopes. Além disso, os que ganharam chances parecem não ter agradado, não existindo perspectiva de que as mudanças vão parar. “Quando os jogadores não dão retorno técnico, nós mudamos. Estamos em busca da formação ideal”, analisa o treinador.
FRUTOS Parte dos fracassos do Atlético em temporadas passadas ocorreu por causa do planejamento equivocado e não foi por acaso que a equipe lutou contra o rebaixamento nas duas últimas edições da competição nacional. O alvinegro havia então apostado em profissionais em fim de carreira ou que não significassem gastos ao clube. Em 2012, porém, a diretoria agiu de forma diferente em relação ao planejamento dentro e fora das quatro linhas.
Além de manter salários e premiações em dia, o Galo investiu pesado na tentativa de pôr fim ao jejum de 40 anos sem o título nacional. Foram contratados o goleiro Victor, os laterais Michel e Júnior César, o armador Ronaldinho Gaúcho e o atacante Jô. Emprestado de graça pelo Almería no fim de julho, apenas Michel não conquistou a condição de titular. Há ainda o recém-chegado Leonardo (ex-Coritiba), provável reserva de Jô no setor ofensivo.
Os gastos aumentaram consideravelmente, embora o presidente Alexandre Kalil só tenha divulgado o valor pago por Victor (R$ 14 milhões mais metade dos direitos econômicos de Werley, que continua no Grêmio). “Pior que não contratar é trazer reforços errados. A nossa política é avaliar bem as condições de grupo antes de falar em contratações”, ressalta o técnico Cuca, que adotou nova rotina de preparação da equipe, com concentração de dois dias antes das partidas e treinos quase sempre em um período, evitando o desgaste do grupo.

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