sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Em busca da referência (30/01)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Na temporada passada, o Atlético sofreu com a falta de um artilheiro, aquele jogador referência dentro da área, que preocupa os marcadores, tanto que coube ao zagueiro Leandro Almeida, com 11 gols, a tarefa de liderar o ranking dos goleadores da equipe em partidas oficiais. O problema pode se repetir este ano, ao menos no Campeonato Mineiro, pois o clube não conta com nenhum jogador com característica de típico camisa 9. Para complicar ainda mais, os atacantes que compõem o atual grupo evitam assumir a condição. Por isso, será importante que a equipe encontre uma fórmula de jogar sem essa referência, pois precisa chegar ao gol para conquistar a primeira vitória no Estadual amanhã, quando enfrenta o Tupi, às 16h, em Juiz de Fora, pela segunda rodada. O ataque alvinegro vem sendo escalado pelo técnico Emerson Leão com Éder Luís e Diego Tardelli. Ambos costumam fazer gols, como ocorreu no torneio de verão do Uruguai, mas têm como principal característica a constante movimentação, não ficar esperando a bola chegar para tentar definir a jogada como os artilheiros do último Campeonato Brasileiro, com 21 gols cada, Keirrison (Coritiba), Kléber Pereira (Santos) e Washington (Fluminense). Mesmo as opções de banco também são de jogadores que costumam atuar pelos lados da área, como os jovens Pedro Paulo, que se recupera de contusão muscular, e Raphael Aguiar. O Galo conta ainda com Hudson, recém-promovido da equipe júnior. Até o experiente Marques, que só volta aos planos no Brasileiro, pois se recupera de cirurgia no joelho, é um típico ponta, não um típico artilheiro. Quem tem porte físico que mais se aproxima de um autêntico “9” é Lopes, mas ele já disse que prefere atuar como armador, sua posição original. De qualquer forma, os atletas acreditam que é possível o Galo ter um ataque eficiente com o grupo que tem. “Seria bom termos uma referência no ataque, mas, no momento, contamos com jogadores rápidos na frente, o que também pode dar certo, desde que haja mais entrosamento. Então, estamos trabalhando para conseguir marcar os gols que todos esperam”, declarou Lopes, citando justamente os artilheiros do último Nacional como exemplo de jogador que se encaixaria bem no time atleticano. Leão vai se virando com o que tem e vem exigido bastante dos atletas nos treinos para que o time consiga chegar bem ao gol adversário. Ele não descarta, porém, a contratação de reforços e até oferecer contrato a Carlos Júnior, que está em observação no clube. “Nosso grupo é pequeno, tanto que, contra o América, se eu quisesse pôr mais um atacante, eu não tinha no banco de reservas. Tinha zagueiro, lateral, volante, armador, mas atacante eu não tinha. O grande time vence porque, ao longo do campeonato, tem reposições de peças. Isso é que faz o grupo forte”, argumentou o treinador, que já expôs o problema à diretoria. CATEGORIA Por enquanto, quem tem procurado suprir a falta de um artilheiro é Diego Tardelli. Se foi artilheiro do torneio uruguaio, com três gols (dois de pênalti), ele também tem marcado nos treinos coletivos. Ontem, quando Leão novamente escalou Júnior na lateral esquerda e Renan no meio-campo, fez dois, sendo que um deles foi precedido de linda jogada, na qual driblou três marcadores. Contra o América, porém, passou em branco, como seus companheiros. Assim, a torcida espera que o Galo reencontre o caminho dos gols diante do Tupi, pois, se não vencer, pode começar a ver os primeiros colocados se distanciarem na classificação.

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