quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Sintonia fina (10/09)

Ludymilla Sá - Estado de Minas

Fragilizada, a defesa do Atlético era uma das principais preocupações do técnico Marcelo Oliveira desde que foi efetivado na função. Tanto que aproveitou a pausa no Campeonato Brasileiro, por causa dos jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo da África do Sul’2010, para ajustar o setor, que está entre os cinco piores do campeonato (41 gols sofridos e saldo negativo de nove). Mas não é só o sistema defensivo que necessita de ajustes. O ataque também preocupa. Em 24 rodadas, o Galo só conseguiu uma vitória elástica, a última, por 4 a 0 sobre o Atlético-PR.
As outras seis não ultrapassaram a vantagem de dois gols. Com as partidas sendo disputadas nos fins de semana, o alvinegro volta a ter mais tempo para os treinos, o que o técnico considera positivo para aprimorar fundamentos, sobretudo as finalizações. E foi o que ele fez ontem, no treino da tarde, na Cidade do Galo.
Num treinamento em meio-campo, os jogadores mais ofensivos treinaram o fundamento à exaustão, obrigados a concluir as bolas lançadas das laterais. O aproveitamento não foi dos melhores. Melhor para os goleiros, que não tiveram tanta dificuldade para defender os chutes dos companheiros. “Foi bom, porque treinamos por tabela. Só espero que eles façam gols nos adversários”, brincou o goleiro Edson.
Mas até sábado, quando o time viaja em vôo fretado para o Vale do Aço, onde enfrentará o Ipatinga, às 18h20, no Ipatingão, a pontaria tem de estar afiada. Afinal, o objetivo é voltar à capital com os três pontos, que podem afastar o clube cada vez mais do risco de rebaixamento.
Em tese, a responsabilidade dos gols será dos atacantes Jael e Renan Oliveira, dupla vista com bons olhos pelo técnico. Mas Marcelo Oliveira faz algumas ponderações. “O Jael chegou bem ao Atlético, mas precisa trabalhar mais cabeceio e chute a gol. O Renan tem de se soltar mais. Já vi esse menino fazer coisas inacreditáveis na base, mas vive um momento de transição, de estar num time profissional, em que a cobrança é grande, por causa da falta de resultados.”
CAMINHO
Para a partida, o ideal é manter um equilíbrio entre a defesa e o ataque. Oliveira considera que o time está no caminho certo. “Já temos a receita de uma marcação bem ajustada: uma equipe compacta que não se abate diante das adversidades e agressiva na busca do gol, como foi nos jogos contra o Atlético-PR e o São Paulo. O Ipatinga precisa vencer, e nós também.”
Adepto do estilo de Telê Santana, o técnico acredita que, só com a repetição dos movimentos durante os treinos, a equipe vai se ajustar. “Vamos aproveitar o tempo que teremos para repetir muito o que estamos fazendo. A repetição do movimento em situações de jogo é que dá a condição ideal de que necessita o atleta.”
O entrosamento também é fundamental. Por isso, a equipe que enfrentará o Tigre será a mesma que empatou com o São Paulo na rodada anterior. “Optei por manter uma base, que está se solidificando. Procuro mexer pouco, somente o necessário, por causa de contusões ou cartões. Se mexermos muito, não chegaremos a lugar nenhum.”

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