quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Xerife da incerteza (24/09) Paulo Galvão - Estado de Minas

Passados seis dias da renúncia do presidente Ziza Valadares, a nau atleticana continua sem comando. Enquanto o presidente do Conselho Deliberativo, João Batista Ardizoni, aguarda a renúncia oficial do único vice-presidente que ainda não o fez, Gil César Moreira de Abreu, jogadores e funcionários procuram manter a rotina de trabalho. Mas não é difícil observar o clima de incerteza na sede de Lourdes e na Cidade do Galo.
Para amenizar a situação, o ex-presidente Afonso Paulino, depois de entendimento com Ardizoni e outros conselheiros, passou quase todo o dia de ontem no centro de treinamentos do clube. Ele comunicou aos jogadores que passa a ser o responsável pelo futebol no clube, ao menos até que um novo presidente seja eleito e empossado. Outros conselheiros ficarão responsáveis pelos demais departamentos, sendo o mais importante deles o financeiro.
Dinheiro, aliás, foi um dos assuntos tratados por Paulino com os atletas. Eles foram informados de que os que comandam o clube neste momento de transição já conseguiram empréstimo bancário de cerca de R$ 400 mil, montante que faltava para o pagamento da folha salarial de agosto. Assim que o dinheiro for liberado, os atletas e funcionários vão receber os salários.
Além disso, o dirigente procurou passar tranqüilidade aos atletas, que se preparam para o jogo com o Figueirense, sábado, no Mineirão, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro. “Desde sexta-feira, o Afonso Paulino vem nos apoiando, esteve com a gente também no jogo com o Náutico e agora veio trazer uma palavra de conforto para o grupo, o que é muito bom. Esperamos que essa situação fora de campo se resolva rapidamente e vamos procurar fazer nossa parte em campo”, afirmou o armador Lenílson, garantindo que os jogadores não estão sentindo falta de comando.
Os primeiros contatos com os jogadores alvinegros deixaram Afonso Paulino animado. Para ele, a equipe tem todas as condições de terminar o Brasileiro em melhor colocação que a 12ª ocupada atualmente. “Estava faltando comando, incentivo, o grupo estava abandonado. Nossos jogadores não são piores que os de outros clubes do país, só precisam de apoio para renderem tudo o que podem”, disse o ex-presidente, que tomou café no refeitório do hotel das categorias de base e almoçou no restaurante do hotel dos atletas profissionais.
ELEIÇÃO
Ele não considera que esteja havendo demora para se definir como será feita a sucessão de Ziza Valadares. Alguns conselheiros defendem que o ideal seria esperar até dezembro para realizar o pleito para não correr o risco de o processo prejudicar o desempenho do Galo na reta final do Brasileiro. Essas pessoas argumentam que o mesmo poderia ocorrer a cada três anos e o ideal é que o novo presidente assuma no fim de dezembro ou no início de janeiro.
Além disso, lembram que já foi convocada reunião extraordinária do Conselho Deliberativo para a quinta-feira da próxima semana. Na oportunidade, será votado o novo estatuto do clube, que prevê, entre outras coisas, o fim das quatro vice-presidências, que seriam transformadas em uma só, mas com maior poder de decisão, administrando o clube junto com o presidente.
Até o início da semana, Ardizoni ainda discutia com os conselheiros, muitos deles advogados, se essa convocação seria mantida. Outra dúvida é se a eleição do sucessor de Ziza Valadares já seria feita pelas novas regras, desde que elas sejam aprovadas na referida reunião do Conselho

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