sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Inimigos íntimos (16/10)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Para a partida contra o São Paulo, amanhã, no Morumbi, fundamental para as pretensões do Atlético no Brasileiro, quanto mais informações sobre o adversário, melhor. Nesse sentido, o Galo está bem servido, pois nada menos do que 17 de seus 33 jogadores atuais (51,51%) já atuaram no futebol paulista ou nasceram no estado vizinho. Desses 17 atletas, sete defenderam o tricolor – o zagueiro Alex Bruno, o lateral Júnior, o volante Renan, o armador Ricardinho e os atacantes Éder Luís, Diego Tardelli e Marques. Dois deles, Renan e Tardelli, começaram a carreira lá. Todo esse contingente de atleticanos, portanto, conhece bem os segredos são-paulinos. De volta da Seleção Brasileira, que enfrentou Bolívia e Venezuela pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o artilheiro Diego Tardelli dá a dica para vencer no Morumbi: “Lá, quando você joga atrás, acaba tomando um sufoco enorme. Vamos respeitar o São Paulo, mas não temos medo. Até porque eles também estão preocupados com nossa equipe, que já conseguiu bons resultados fora de casa”, afirma o autor de 37 dos 101 gols alvinegros na temporada. Mesmo defendendo o Brasil, ele não deixou de ficar ligado no Atlético. Lamentando as derrotas para Botafogo e Cruzeiro, só pensa em ajudar o Galo a ganhar. “Já até aproveitei o voo de volta de Campo Grande para tentar tirar alguma coisinha do Miranda. Avisei que vou para dentro dele de novo”, diz, referindo-se ao jogo pelo primeiro turno, no Mineirão, quando aproveitou falha do zagueiro, nos primeiros minutos, para abrir a vitória por 2 a 0 – o segundo gol seria de Serginho. Nas cinco partidas sem seu goleador neste Brasileiro, o Atlético perdeu duas e empatou três. Mas ele não concorda com o termo Diegomania. “Sei que sou importante para a equipe, até pela fase que estou vivendo. Mas, mesmo comigo em campo, houve tropeços, principalmente fora de casa, onde precisamos melhorar.” Ainda sonhando em ser um dos 23 jogadores de Dunga na Copa da África do Sul, Tardelli sabe que isso depende também da fase alvinegra. Por isso se diz tão motivado na reta final do Brasileiro. “Quero continuar brigando pela artilharia, ainda mais que os concorrentes não marcaram enquanto estive fora. Tomara que consiga marcar e ajudar o Atlético a conquistar os resultados.” TITULAR O time terá outras duas novidades em relação à derrota no clássico. A principal é o armador Ricardinho, profundo conhecedor do futebol paulista, em lugar de Evandro. Apresentado há um mês, ele entrou durante os quatro últimos jogos e ganha a primeira chance desde o início, o que, para muitos, já deveria ter ocorrido segunda-feira. O técnico Celso Roth, porém, ressalta que o jogador só agora atingiu a melhor condição física. A entrada do pentacampeão mundial é comemorada pelos torcedores. Os jogadores, contudo, ressaltam a boa produção de Evandro. Para Márcio Araújo, a equipe só tem a ganhar. “Ricardinho é um jogador que dispensa comentários. Tem experiência, não sofrerá nenhuma pressão que já não tenha vivido na carreira. Ele sabe bem como é o São Paulo, o Morumbi, e vai nos ajudar muito.” Na zaga, Jorge Luiz, depois de cumprir suspensão contra o Cruzeiro, volta a compor dupla com Werley, deixando o paraguaio Benítez como opção no banco. A preparação para encarar o São Paulo será encerrada hoje de manhã, com novo treino na Cidade do Galo. O embarque para a capital paulista será depois do almoço. SEM NECESSIDADE DE IMPROVISO Se Diego Tardelli volta ao Atlético, o São Paulo terá o retorno do zagueiro Miranda, que também estava na Seleção. O desafio do jogador, de 25 anos, é devolver o equilíbrio à defesa são-paulina, que, nos dois jogos sem ele, sofreu quatro gols, o dobro da média em toda competição. Ainda assim, o time paulista é o menos vazado da competição (30 gols em 29 partidas). Com Miranda, o técnico Ricardo Gomes não precisa mais improvisar para compor o trio da zaga, que terá ainda Renato Silva e Rodrigo – André Dias, contundido, deve continuar fora até novembro. No empate por 2 a 2 com o Coritiba, semana passada, Zé Luís atuou no setor. Três dias depois, na derrota por 2 a 1 para o Flamengo, foi a vez de outro volante, Richarlyson.

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