segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Duas decisões no Mineirão (15/09)

Daniel Antunes

A derrota para o Ipatinga por 3 a 2 na noite de sábado, no Vale do Aço, foi uma ducha fria nos planos do técnico do Atlético, Marcelo Oliveira, que pretendia aproveitar as três partidas que faria na seqüência do Campeonato Brasileiro dentro do estado para somar nove pontos e se afastar de vez do grupo das equipes que lutam contra o rebaixamento, além de entrar na briga por uma vaga na Copa Sul-Americana, o que seria um lucro para o melancólico ano do centenário do clube.
Por essa razão, os dois próximos jogos que a equipe fará no Mineirão, contra Náutico e Figueirense, ganharam status de decisão na Cidade do Galo. Um novo tropeço significaria para o Galo o risco cada vez mais próximo de repetir o pesadelo de 2005, quando a equipe foi rebaixada para a Série B.
Para o treinador, as falhas cometidas diante do Ipatinga não podem mais voltar a ocorrer na reta final do campeonato. Ele promete cobrar mais empenho dos jogadores durante a semana. “Temos que levar um espírito diferente para os dois próximos jogos que temos em casa. Tínhamos um planejamento, e um time que quer chegar não pode levar um gol como foi o primeiro do Ipatinga. Tem de ter mais atenção e espírito de competição. O Ipatinga, em alguns momentos, competiu mais do que a gente e isso não pode acontecer”, reclamou Oliveira.
A pausa de 10 dias no Campeonato Brasileiro, que possibilitou ao Atlético tempo para aprimorar a marcação, saídas de bola e melhor posicionamento da equipe, principalmente no setor defensivo, não surtiu os efeitos que o treinador esperava.
No sábado, o que se viu foi um Atlético pouco criativo, errando passes bobos e dando espaço para que o adversário atacasse com perigo. “Erramos muitos passes, sobretudo houve muitas falhas individuais, que estão fazendo a equipe pagar um preço muito alto. Durante a semana, vamos tentar reduzir essa margem de erros para voltar a vencer e dar mais tranqüilidade. Um time como o Atlético não pode ficar tão próximo da zona de rebaixamento”, reclamou Marcelo Oliveira.
O atacante Renan Oliveira, que voltou a balançar as redes depois de cinco meses – não fazia um gol desde 19 de abril, quando fez o da vitória por 1 a 0 sobre o Tupi, resultado que levou o Galo à decisão do título estadual deste ano –, disse que a derrota no Vale do Aço faz parte do passado, e o time precisa concentrar todas as forças para a próxima partida. “As oportunidades que o Ipatinga teve foram fruto de uma mudança de atitude da nossa equipe, que partiu para vitória, e acabou abrindo espaços para o adversário. Não podemos lamentar o que já passou, temos é de ter tranqüilidade, analisar onde erramos para isso não se repetir na próxima partida.”
O Atlético volta a campo sábado, às 18h20, contra o Náutico, no Mineirão. Um alento para o torcedor é o possível retorno do armador Petkovic, que, com dores no quadril, não foi liberado departamento médico para enfrentar o Ipatinga. Quem pode perder a posição é o lateral Calisto, que não esteve bem contra o Tigre e foi substituído durante o jogo por César Prates. Os jogadores se reapresentam hoje na Cidade do Galo.
DÍVIDA
Para complicar ainda mais a vida financeira do clube, a Justiça deve obrigá-lo a pagar esta semana dívida de cerca de R$ 21 milhões à empresa WRV Empreendimentos. O montante refere-se a um empréstimo tomado ao grupo de empresários, em 2000, quando Nélio Brant era presidente, para renovar contratos de jogadores, entre eles o ex-atacante Guilherme, atual auxiliar técnico do Marília, e do zagueiro Caçapa, atualmente no Newcastle, da Inglaterra.

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