sexta-feira, 25 de abril de 2014

25/04/2014 18h35 - Atualizado em 25/04/2014 21h41

Levir Culpi mostra bom humor e motivação no retorno ao Atlético-MG
Treinador explica acerto rápido com Kalil, fala sobre manter a base da equipe
e responsabilidade grande no primeiro jogo em casa na próxima quinta-feira
Por Léo SimoniniPorto Alegre
Levir Culpi foi anunciado como treinador do Atlético-MG na última quinta-feira. Já nesta sexta foi apresentado ao grupo pelo presidente Alexandre Kalil e comandou um treino da equipe nas dependências da Ulbra, em Canoas, no Rio Grande do Sul. Porém, na primeira atividade o técnico ficou mais como espectador, viu ao lado do dirigente e de outros membros da comissão técnica a atividade, para em seguida dar sua primeira entrevista no retorno ao clube.
Logo de cara, o experiente treinador mostrou bom humor ao brincar que o retorno está ocorrendo em solo inimigo, já que será sua quarta passagem pelo Galo, mas ele está assumindo a equipe no Sul, onde enfrenta o Grêmio no domingo. Já em tom mais sereno, Levir comentou sobre o longo tempo no futebol japonês, sobre o que o torcedor pode esperar nesta volta, e também sobre o rápido acerto com o mandatário atleticano. E para o torcedor que questiona a questão da atualização, já que vinha no futebol oriental, o treinador mostrou segurança pelo tempo de aprendizado que teve.
- A gente tem uma ideia de futebol no Japão é de que lá os caras não sabem jogar, nós vamos lá ensinar, eles sabem jogar golfe, mas a verdade é que eu fui aprender futebol. Aprendi muitas coisas que nunca usei aqui, no Japão. Na primeira vez que fui, em 97, já trouxemos de lá muitas coisas interessantes, e agora mais ainda, porque em matéria de programação e organização eles dão no chinelo na gente. Fui lá aprender futebol, não perdi tempo, apesar de ficar sete anos no paraíso, vamos dizer assim, já que não existe vaia, praticamente, os torcedores vão assistir a um espetáculo, e aqui eles vão assistir o time ganhar, tenho que trabalhar em outro sentido. Aprendi muitas coisas e quero colocar em prática aqui e acho que vai ser interessante.
Volta ao futebol brasileiro
Me lembro dessa afinidade que existia com o torcedor, mas ela está extremamente vinculada com o resultado, é aquela história, para ser lembrado você tem que vencer e é o que tentei passar para os jogadores hoje no nosso primeiro contato.
Levir Culpi
- Muito bom, estou muito feliz, embora esteja em Porto Alegre, estejamos em terras inimigas, vamos dizer assim, mas em breve estarei lá em Belo Horizonte. Um prazer muito grande, pude rever muitos amigos e tenho certeza que estou trabalhando num clube que tem ambição de ser campeão. Temos um campeonato muito legal e a partir de hoje começamos a estudar já, conheço bem os adversários, a própria estrutura do Atlético, vou começar a me inteirar agora, só lamento que não tenho muito tempo para treinamento, que seria fundamental, mas o time está jogando e não tem outra solução, tem que ir para campo e buscar os resultados.
Quase unanimidade entre a torcida
- Quando me falaram fiquei um pouco surpreso porque na verdade fiquei quase sete anos no Japão e voltei agora em dezembro, então, me lembro dessa afinidade que existia com o torcedor, mas ela está extremamente vinculada com o resultado, é aquela história, para ser lembrado você tem que vencer e é o que tentei passar para os jogadores hoje no nosso primeiro contato. Tem que buscar o objetivo, porque a torcida vai estar conosco.
Acerto rápido com Kalil
- O que pesou é que já conheço o Kalil. O Kalil, ele não gosta de rodeios, uma das qualidades dele é essa, prefiro falar mil vezes com uma pessoa como o Kalil do que com aquelas pessoas que falam por metáfora, você não sabe o que está acontecendo e fica sabendo depois, então ele é direto, já o conheço e ele me conhece, prefiro isso, e acho que esse relacionamento vai dar certo porque estou me sentindo bem e esse é meio caminho andado para conseguir o sucesso.
O que pretende fazer para domingo e na sequência do trabalho?
- Estou muito ancorado agora pelo Carlinhos Neves que tem controle da parte física dos jogadores, o nível das atividades, já tiveram um número já grande de jogos e vai ter até a parada da Copa. E dentro deste aspecto temos que analisar com muito cuidado e acho que o fundamentasl é não fazer muitas mudanças, o time já tem um padrão, é forte, e é mais uma questão de recuperar o objetivo dos jogadores, então, em breve faremos muitos jogos como o Atlético fez ano passado.
Poupa alguém?
- Essa é uma daquelas coisas que falei que não ia responder, essa é uma delas, vou conversar com o Carlinhos e com os jogadores, que falar com eles também, senti de cada um e a partir de amanhã começo a definir a questão da escalação.
Avaliação do que o time vem jogando
- Não tenho acompanhado assim todos os jogos, inclusive hoje vou observar alguns vídeos, já falei com o Ceolim (Alexandre, auxiliar de tecnologia esportiva) e vou observar detalhes, mas uma coisa enfgraçada no futebol é que de vez em quando você observa uma coisa e na prática é outra, e no dia a dia que vou poder controlar essa situação. O que mais me preocupa é não ter tempo para treinar a equipe no campo, não dá prazo suficiente para fazer um trabalho tático mais forçado, por isso vou tentar conversar algumas coisas, impor nos treinamentos, mas basicamente e o racional é dar uma sequência no time que já é muito bom.
Primeira conversa com o grupo
- Tem mil conversas dessas de apresentação de um técnico novo, os jogadores já estão cansados também, e acho isso um erro muito grande que se comete no Brasil, mas sou vítima disso também, se eu não conseguir os resultados daqui a pouco eu saio também, o preço que se paga por ser técnico, e os jogadores estãoa costumados com isso, então, não tem muito o que falar para eles, o que tem é que falei para eles que gostaria quer lembrassem para sempre. Falo que o jogador é um número, não é nome, mas sim número. Se tiver fazendo gols está bem, se estiver chutandpo em gol, desarmando, está bem, se não estiver com os números ele não é bom. O jogador tem que se conscientizar disso, falei que tem que produzir para ter oportunidade de ser titular no Atlético.

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