sexta-feira, 25 de abril de 2014

25/04/2014 18h03 - Atualizado em 25/04/2014 19h55

"O Atlético-MG não evoluiu", diz Alexandre Kalil sobre saída de Autuori
Presidente do Galo fala pela primeira vez sobre a demissão do treinador e ainda busca solução para receber o dinheiro da venda do meia Bernard para o Shakhtar
Por Léo SimoniniBelo Horizonte
O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, falou pela primeira vez sobre a demissão de Paulo Autuori. O treinador deixou o comando do time após a derrota por 1 a 0 para o Nacional-COL, em Medelim, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores.
Bastante pressionado pela torcida, que cobrava boas atuações, Kalil destacou a falta de evolução do time e lembrou a sequência negativa de Cuca.
- Eu quero lembrar à torcida do Atlético-MG que vimos o Cuca perder sete jogos seguidos, e nem por isso nós o mandamos embora. Houve uma evolução do time com o Cuca. Foi melhorando, o time foi se encaixando. O Atlético-MG não evoluiu (com Autuori). Não é por culpa do Paulo, isso acontece no futebol. Acontece porque o presidente se distanciou um pouco, porque não estava presente, porque os jogadores não entenderam, porque o Paulo não conseguiu transmitir... Competência, história e títulos, o Paulo tem de sobra no futebol.
Sem multa
- Não tem multa. É legislação trabalhista. Até não tive tempo de conversar com o Paulo. Logicamente, devo ter uma conversa com ele, se quiser conversar comigo. Não sou de fazer isso (demitir à distância), mas não tínhamos tempo. Não dava para esperar ele chegar, esperar o time chegar. Não tem multa, como não tem multa o contrato do Levir e não tinha multa o contrato do Cuca. Esse negócio de multa no futebol só serve para clube pagar. Tem que ser muito burro para fazer contrato com multa.
Esse negócio de multa no futebol só serve para clube pagar. Tem que ser muito burro para fazer contrato com multa
Kalil, sobre a rescisão
Demissão de Autuori
- A derrota foi preponderante. Foi o motivo. E nem tanto a derrota. Foi o modo como o Atlético-MG foi derrotado. Eu não tive a conversa com ele (Paulo Autuori), vou ter, lógico. Eu tive com o (Eduardo) Maluf. E foi de manhã (que acertei com Levir), aí embarquei para Curitiba. Foi uma conversa de 15 minutos.
De quem é a culpa?
- Não acho que ele (Paulo Autuori) tenha sido o único culpado. Eu acho que todos nós temos culpa. Cada um que absorva sua parte. Mas, como eu disse a eles, não vou renunciar faltando alguns meses para acabar meu mandato, porque não posso sair. Não vou mandar todo mundo embora, porque não tenho nem como ressarcir todos. Fui pelo caminho que acho, infelizmente, o mais fácil. Mas quero que Deus me abençoe, e tenha sido feito o certo. Penso que temos uma grande chance na Libertadores. Se na quinta-feira (contra o Nacional-COL) nós passarmos, acho que nos candidatamos verdadeiramente ao bicampeonato.
O "sim" de Levir
- Claro, quem não quer treinar o maior clube do Brasil?
treino
De novo, juntos
- Não tem novidade. A maior qualidade que a gente pode ter numa pessoa do futebol é conhecer os seus defeitos. Então, o Levir conhece os meus defeitos, e eu conheço os defeitos dele. Trabalhamos muito tempo juntos. Gosto muito dele como treinador, como estrategista. Eu fiz o que podia ser feito e, se der errado, eu tentei.
Liberação da verba de Bernard e finanças
- Eu tenho a absoluta tranquilidade (que a verba será liberada), até pela conversa do ministro (da AGU) Luis Adams, mas estamos lutando. Tem onda de salário atrasado? Não tem. Nós estamos com 15 dias de atraso e vamos liquidar. Já fizemos todo o planejamento de renovação do Galo na Veia (programa de sócio) e com (cotas de) Campeonato Mineiro para pagar nossa folha até dezembro. O Atlético-MG vai ser entregue organizado (ao próximo presidente). É o terceiro pay-per-view do Brasil. Está apresentando agora um balanço. Quando nós apresentamos no ano passado o orçamento de R$ 180 milhões, que era o que previámos, na verdade foi R$ 230 milhões ou R$ 220 milhões (R$ 215 milhões, segundo o site do clube). O Atlético-MG vai muito bem.
Dias em Brasília
- Hoje, eu falei para os jogadores: não acompanho mais o time. Estou aqui em Porto Alegre pelo fato que aconteceu. Disse que ia apresentar o treinador e vou ficar aqui para o jogo obviamente. Mas perdi o fim de semana em Brasília. E agora minha vida é passar quarta, quinta e sexta por conta dessa tragédia (dinheiro retido) que aconteceu. Isso é dever do presidente. Mas nosso caminho é sem volta. Vai dar tudo certo.
- Ele já manifestou que quer ficar, e eu estou esperando para ver como é que vamos resolver lá no Oriente. Eu não compro jogador. Hoje, o Atlético-MG não tem condições de fazer isso
Sobre Fernandinho
Fernandinho
- Ele já manifestou que quer ficar, e eu estou esperando para ver como é que vamos resolver lá no Oriente (com o clube Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos). Eu não compro jogador. Hoje, o Atlético-MG não tem condições de fazer isso.
Fernandinho
- O Atlético-MG está aberto para contratar quem quiser. Se aparecer, nós compramos. Se for venda boa, nós vendemos. No dia em que assumi, falei que o Atlético é um clube igual aos outros; se aparecer coisa boa, a gente compra; se aparecer coisa boa, a gente vende.
Programa de sócio-torcedor
- Nós vamos renovar. Aliás, já estamos antecipando a renovação para até maio do ano que vem.

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