quarta-feira, 10 de março de 2010

Aranha desabafa: ‘O dia que atrapalhar, pego minhas coisas e vou embora’ Atualizado em 10/03/10 - 09h15

Aranha confia em suas qualidades
Goleiro procura assimilar as críticas e diz que apoio que recebeu do técnico Vanderlei Luxemburgo lhe dá tranquilidade para seguir na meta do Galo


Marcelo Machado Belo Horizonte


Contestado por parte da torcida do Atlético-MG, o goleiro Aranha, que ganhou a vaga do também criticado Carini, tenta manter a tranquilidade para seguir como titular da equipe. Ele tem nova oportunidade de mostrar seu valor nesta quarta-feira, às 19h30m, quando o Galo tem o desafio de jogar com dois atletas a menos o restante da partida contra o América, de Teófilo Otoni (o jogo foi interrompido aos 20 minutos do segundo tempo, quando um temporal alagou o campo da partida). Em entrevista coletiva na Cidade do Galo, Aranha disse que o apoio do técnico Vanderlei Luxemburgo o deixa mais confiante. Sem esconder a mágoa com as vaias e as críticas que recebe, ele afirma que pediria para sair se estivesse prejudicando a equipe.. As falhas - A gente treina e trabalha para isso (não falhar), mas é uma coisa impossível. Grandes goleiros, que passaram até por aqui, também falharam. Temos de ter cabeça boa, até porque o jogador que tem personalidade e cabeça para jogar só com aplausos, dificilmente joga futebol e tem uma carreira longa. Temos de estar preparados, aceitar os fatos, respeitar algumas opiniões, trabalhar e treinar. Procurar jogar bem na próxima partida e assim em diante. Apoio de Vanderlei Luxemburgo - No momento difícil é que você precisa de apoio. Isso estou tendo no Atlético e me dá mais tranquilidade, até porque meu histórico aqui, de gols sofridos e jogos, mostra que venho fazendo um bom trabalho. Acredito que não seja à toa que ele está fazendo isso. Se ele me apoia e está dizendo isso, é porque eu tenho por onde mostrar, tenho qualidade, e estou ajudando mais do que atrapalhando. Tenho certeza de que o dia que eu passar a atrapalhar o Atlético, não vai precisar ninguém me falar, não. Eu pego as minhas coisas e vou embora. Vim aqui para trabalhar, para fazer um trabalho bom. Se eu não puder ajudar, não vou atrapalhar. As críticas - Ficamos meio magoados, meio chateados, mas nós, que estamos no futebol, convivemos com isso há muitos anos. Sabemos que vai ter isso. Não teve nenhuma entrevista minha que eu fiquei empolgado, mostrei empolgação. Sempre disse: fui o melhor hoje, joguei bem hoje, mas no próximo jogo tenho de provar tudo de novo, porque o dia que eu não fizer, vão me cobrar. É assim, jogo por jogo. Críticas sobre erros de posicionamento - Eu faço aquilo que é treinado. Às vezes, erramos. Mas estou treinando todo dia para estar sempre bem posicionado e fazer as coisas direito. Futebol não é uma ciência exata. A pressão - Infelizmente, aconteceram erros no início. Espero que não aconteçam mais. Acho que o peso não é nada absurdo, nada que não dê para suportar. Se tem algum tipo de pressão, é porque eu causei isso. O torcedor não cobra sem motivo. Mas se você sabe que o jogador tem qualidade, você tem de apoiar, porque é no momento difícil que você precisa de apoio. O futuro - Sou um jogador de 29 anos, tenho a cabeça no lugar e sei que os erros não foram tantos assim, até porque nem estaria me mantendo na posição e tendo o apoio do treinador. Ele é uma cara vitorioso e não vai se arriscar. Eu tenho de trabalhar, jogar bem e me manter na posição. Tenho a consciência tranquila de que venho fazendo um bom trabalho. Tenho de procurar não errar mais, para evitar esse tipo de situação. Só assim que a gente evita as críticas e a pressão.

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