domingo, 24 de agosto de 2008

Time ruim da cabeça e dos pés (23/08)

Os péssimos resultados do Atlético no ano do centenário primeiro levaram a torcida ao desespero, pois desde que começou o Brasileiro teme que se repita o filme de 2005, quando o time foi rebaixado à Série B. Agora, as vítimas são os próprios jogadores, que sucumbem sob a pressão natural de um clube com a tradição do Galo.
No empate por 1 a 1 com o Goiás, isso ficou latente. O alvinegro conseguiu sair na frente, mas logo cedeu o empate e só não sofreu a virada porque Édson defendeu pênalti cobrado por Iarley no minuto seguinte. A partir de então, houve verdadeira pane entre os atleticanos, que por pouco não foram para o vestiário goleados. No segundo tempo, o panorama pouco se alterou, o que levou o técnico Marcelo Oliveira a fazer dura cobrança depois da partida, o que não é seu costume. Normalmente, ele prefere esperar o dia seguinte, quando todos estão de cabeça mais fria.
Agora, o foco passa a ser o Atlético-PR, adversário deste domingo, `as 18h10, no Mineirão. Só a vitória interessa, pois o time vem de quatro jogos sem vencer e está perigosamente próximo da zona de rebaixamento. A maior preocupação do treinador é com o fator psicológico. “Tivemos péssima atuação contra o Goiás, muito abaixo do que esperávamos depois de algumas boas partidas. Acho que é o momento de dividirmos responsabilidades, de refletirmos sobre o que cada um está fazendo. Alguns de nossos jogadores se perdem quando são vaiados, até os mais experientes, que já deveriam estar acostumados à pressão”, disse ele, que deve fazer mudanças na equipe.
Os jogadores reconhecem que a intranqüilidade tem prejudicado. O problema é que todo o esforço feito não tem surtido efeito. “Precisamos ter mais tranqüilidade, principalmente em casa. Estamos tropeçando em nossas próprias pernas”, argumentou o armador Tchô, que ainda busca o melhor ritmo depois de se recuperar de fratura na perna que o deixou oito meses sem jogar.
Revelado nas categorias de base, ele respeita as manifestações da torcida, mas espera que ela compreenda que todos estão procurando se esforçar. “Ninguém mais que a gente quer voltar a jogar bem e vencer. Afinal, não estamos nem podendo sair com a família, tamanha a cobrança”, disse.
Segundo o armador, uma das maiores deficiências do alvinegro tem sido na hora em que se aproxima do gol adversário. Para ele, é preciso controlar os nervos na hora de finalizar.
PREOCUPAÇÃO
Sexta-feira à noite, os jogadores aproveitaram o início da concentração para se reunir e buscar soluções. A intenção foi fazer um pacto mais ou menos nos moldes do firmado no ano passado, quando o Galo reagiu, ficando 10 partidas sem perder e terminando o Brasileiro em 10º lugar.
Mais cedo, depois do treino regenerativo, alguns conversaram com o presidente Ziza Valadares. O dirigente também se reuniu com a comissão técnica: “Estamos preocupados e cobrando atitude. Os resultados são do futebol, mas o que apresentamos contra o Goiás foi abaixo da crítica. Temos de reagir”.
Para ele, que teve a família ameaçada por carta anônima e enfrenta manifestações da torcida pedindo sua saída, o momento político conturbado tem refletido no desempenho em campo. “Por isso é que peço união a todos os atleticanos. Discordar da atual administração é normal, mas prejudicar o time, não.”
Ziza aproveitou para garantir que não pretende fazer mudanças na comissão técnica. “Se trocar treinador a cada derrota, estamos perdidos. Acreditamos no trabalho do Marcelo Oliveira e temos certeza de que ele vai conseguir levar o time ao caminho da vitória”, disse.

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