terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Na mira também do MP

Órgão instaura inquérito para apurar desrespeito aos direitos do consumidor

Bruno Freitas - Estado de Minas

Publicação:

05/02/2013 10:37
  

Atualização:

05/02/2013 16:37
Bruno Fonseca/Divulgação
A multa de R$ 1 milhão pode não ser a única consequência imposta pelo poder público ao Minas Arena depois das falhas graves apresentadas no jogo de reinauguração do Mineirão. Se for considerado culpado pelo Ministério Público de Minas Gerais, o concessionário – parceiro do governo num contrato de parceria público-privada (PPP) na operação do estádio até 2037 – pode ser obrigada a assinar um termo de ajustamento de conduta (TAC) ou processado por dano moral coletivo. O MP instaurou inquérito civil para apurar se o direito do consumidor está sendo respeitado e o estado está exercendo o poder de fiscalização. O resultado será anunciado num prazo de 15 a 30 dias.

Apesar de a chuva ter alagado o campo no sábado, a empresa carioca Greenleaf, responsável pela manutenção do gramado, desconsidera a hipótese de substituí-lo. Nessa segunda, o presidente do Minas Arena, Ricardo Barra, atribuiu o fato ao volume da água da chuva que caiu em Belo Horizonte e reconheceu que se o jogo estivesse marcado para sábado, não poderia ser disputado. Um percentual excessivo de fibra nas camadas da grama bermuda celebration, misturada a uma areia fina, tem dificultado a vazão da água. “Embora o sistema de drenagem funcione perfeitamente, há uma lentidão e a fibra capta mais água”, admite o engenheiro-agrônomo da empresa, Lucas Pedrosa. A substituição do gramado, segundo ele, só ocorreria em último caso.

Para solucionar a impermeabilização, a Greenleaf pretende aproveitar o intervalo de um mês sem jogos no Mineirão pelo Campeonato Mineiro. Depois de Cruzeiro x América de Teófilo Otoni, amanhã, às 22h, a partida seguinte na Pampulha será apenas em 2 de março, às 17h, entre a Raposa e o Tombense. “O gramado está lindo, os jogadores o elogiaram bastante durante o jogo, mas, por ser o primeiro estádio a receber a fibra, tivemos esse problema”, disse Pedrosa.

Enquanto o Mineirão, primeiro estádio das copas das Confederações e do Mundo a receber o gramado, tem uma proporção de 27 toneladas de fibra por 1,5 mil metros cúbicos de areia, o Castelão, segundo da lista, tem 20. A escolha do material foi feita por consultores contratados pela Fifa.

MAGISTRADOS 
A falta de estrutura do Mineirão no clássico foi condenada pela Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis). Em nota, a entidade repudiou a tentativa do concessionário de impedir o acesso de quatro juízes do Juizado Especial ao estádio no clássico e chamou o ambiente local de inóspito e de péssimas condições de trabalho. “Não havia ventilação, energia elétrica e água no local, e um dos equipamentos do Tribunal foi danificado em meio à fiação exposta.”

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