sábado, 8 de janeiro de 2011

Audácia e credibilidade: a 'receita financeira' do Galo, diz diretor de futebol



Wesley, Richarlyson e Jóbson na Cidade do Galo. Ao fundo, Eduardo Maluf

Daniela Mineiro - Superesportes
Rodrigo Fonseca - Superesportes
Publicação:07/01/2011 09:00
Atualização:07/01/2011 14:03
Há poucos anos, crise financeira era assunto no Atlético. Salários atrasados, processos trabalhistas, penhora da sede e até do troféu de campeão brasileiro eram alguns dos assuntos que dividiam o noticiário do clube com o futebol. Reorganizado, o Galo destoa dos rivais neste começo de temporada. Foi o clube que mais contratou - nove reforços até agora. Os investimentos em contratações já alcançaram R$ 5,2 milhões, sem contar salários. Como pagar? O diretor de futebol Eduardo Maluf explica.
“Eu falo que, muitas vezes, não é dinheiro. Eu vejo o Atlético hoje como um clube que equacionou bem as dívidas que tinha. Conseguiu aumentar as receitas, não tinha patrocínio de camisa. No ano que se passou, vendeu dois jovens jogadores. Tem dinheiro em caixa”, disse.
Na temporada passada, o Galo vendeu João Pedro ao Palermo por 2,4 milhões de euros (R$ 5,4 milhões na época) e Kléber ao Porto por 2,3 milhões de euros (R$ 5 milhões), negociação que foi parar na Fifa, já que o Marítimo, também de Portugal, não aceitou liberar o jogador, com quem tem contrato de empréstimo.
Valores
Até agora, o Atlético adquiriu 50% dos direitos de Richarlyson (R$ 1,5 milhão, três anos de contrato), Toró (R$ 750 mil, três anos de contrato), Wesley (R$ 500 mil, três anos de contrato) e Patric (um milhão de euros, quatro anos de contrato), além de ter pago R$ 300 mil pelo empréstimo de Jóbson por um ano. Já o goleiro Giovanni assinou por quatro anos. Ao final do primeiro, o Galo pode comprar 25% dos direitos por R$ 500 mil. O clube não adquiriu direitos de Leonardo Silva e Magno Alves. Sobre Mancini, a diretoria não deu detalhes ainda.
O valor de R$ 5,2 milhões será pago em parcelas. “Quando você paga direito, você tem crédito. O Atlético voltou a ter credibilidade para fazer seus negócios”, disse Eduardo Maluf, ressaltando que a folha salarial não será tão elevada. “Não vamos gastar 5% a mais. Vão sair jogadores, alguns com salários altos que compensam a vinda de outros”.
Salários em dia
Além da credibilidade, o dirigente destaca: “Não temos máquina de dinheiro, mas somos audaciosos e contratamos antes de entrar a concorrência. A credibilidade é grande e todos os jogadores aceitaram vir porque a estrutura é boa, além da fama que pagamos em dia e vamos ter um time competitivo”.
O dinheiro tem sido destinado não só ao futebol. Os funcionários do clube não foram esquecidos no final do ano, disse Maluf: “No ano passado, em dezembro, o presidente chegou no dia 15 e pagou o 14º salário para todos os funcionários que ganham o piso e um pouco mais. A situação financeira é estável”.

Nenhum comentário: