sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Representantes do interior detonam mudança de regulamento no Mineiro 28/01/2011 - 07h03

Julio César Rezende
Em Belo Horizonte
Criticado em edições anteriores por causa do regulamento, que estabelecia a classificação de 8 dos 12 participantes à fase final, o Campeonato Mineiro 2011, que volta a dar vaga apenas aos quatro que passam às semifinais, não agradou a clubes do interior do estado.
Ouvidos pela reportagem do UOL Esporte, representantes de clubes de fora da capital mineira disseram que a mudança de regulamento lhes prejudicam, uma vez que a possibilidade de fazer pelo menos mais dois jogos na competição ficou mais distante com o fim das quartas de final.
“É ridículo, e ponto final, não tem o que falar”, disse, indignado, o supervisor de futebol da Caldense, Alex Ferreira Joaquim. Porém, o dirigente não se conteve ao ser questionado novamente e emendou: “Só favorece Cruzeiro, Atlético e América”.
Nos últimos dois anos, o regulamento do Mineiro garantiu a oito dos 12 participantes disputar a fase final da competição, com jogos de ida e volta. Com isso, os clubes do interior tinham a chance maior de brigar por vaga na fase de mata-mata.
Por outro lado, a primeira fase da competição era considerada, principalmente pelos clubes da capital, pouco competitiva, justamente pelo fato de garantir oito vagas entre 12 participantes. A mudança, no entanto, não tem o respaldo de representantes do interior.
O diretor de futebol do Uberaba, Ernani Nogueira, acredita que o clube perderá, no mínimo, a renda de um jogo em casa. “Time do interior não tem vez mesmo”, lamentou o dirigente. “O Mineiro é um campeonato fraco”, acrescentou.
Para o gerente de futebol do Villa Nova, Wellis Vaccaris, fazer apenas 11 jogos numa competição é muito pouco para os clubes, que investem na formação do elenco e da comissão técnica. “Isso que atrapalha o futebol mineiro”, disse.
A mudança no regulamento da competição foi decidida em outubro passado, dentro da reunião do Conselho Técnico, que é composto pelos 12 presidentes dos clubes participantes. Todos tem direito a voto, porém a colocação na edição anterior do Estadual é decisiva no resultado da votação. Por exemplo, o voto do campeão e o vice vale 12 pontos, enquanto que o do terceiro, 10, e assim sucessivamente.

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