terça-feira, 4 de novembro de 2008

O artilheiro que vem de trás (04/11)

Paulo Galvão - Estado de Minas

A função principal de um zagueiro é marcar os adversários e impedi-los de executar jogadas. Se, além de fazer isso com eficiência, ainda conseguir ir ao ataque e marcar gols, tem grandes chances de se destacar e se tornar ídolo da torcida. É o que está ocorrendo com Leandro Almeida, autor dos dois gols que garantiram a vitória do Atlético sobre o Botafogo, domingo, no Mineirão, pondo fim a tabu que já durava sete anos e praticamente acabando com a ameaça de rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Ele se tornou o zagueiro com maior média de gols na história do Galo. Em 70 partidas com a camisa alvinegra, o defensor marcou 12 gols, média de 0,171 por jogo. Quem mais se aproxima dele é o uruguaio Oliveira, que fez 72 jogos na década de 1980 e marcou oito gols, ou 0,111 a cada partida. O zagueiro que mais balançou as redes pelo clube foi Luizinho, com 21 gols em 537 partidas – média de 0,039.
Só em 2008, foram nove gols de Leandro Almeida, sendo cinco pelo Brasileiro, um pela Copa do Brasil e três pelo Campeonato Mineiro, que o coloca como artilheiro da equipe na temporada, ao lado do armador Danilinho, que em julho se transferiu para o futebol mexicano. Ele também divide a artilharia atleticana no Nacional com Renan Oliveira.
Agora, almeja terminar o ano como o maior goleador do Galo, mesmo sabendo que sua principal função é defender. “Fico feliz de estar ajudando a equipe e chego a brincar com o Renan Oliveira sobre a artilharia. Quando faltavam nove jogos para nós no Brasileiro, falei para ele que ainda faria dois gols. Faltam cinco e já cumpri a promessa. Agora, apesar de estar preocupado primeiramente em defender, vou tentar marcar mais alguns e passar o Danilinho”, disse Leandro Almeida.
No clube desde 2005, ele começou a construir a fama de zagueiro-artilheiro na equipe júnior, pela qual marcou 40 gols em 110 jogos, média de 0,36 por partida. A estréia no time principal foi na vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense, no Mineirão, em 26 de julho de 2007.
Ainda nas categorias de base, o zagueiro procurou aprimorar as finalizações, cabeceios e cobranças de faltas e pênaltis. No profissional, isso continuou e se intensificou desde que o técnico Marcelo Oliveira assumiu a equipe, em agosto. “Ele sempre me deu oportunidade e desde que chegou definiu que eu seria o cobrador de pênaltis, mas só contra o Botafogo tive a chance e, graças a Deus, fui feliz. A responsabilidade é grande, mas sempre procuro aprimorar as cobranças e, quando não temos jogos, treino três vezes por semana. Isso dá tranqüilidade na hora de bater”, explicou ele, que chegou a perder espaço quando o técnico era Alexandre Gallo, mas que voltou a ser titular absoluto com Marcelo Oliveira.
TRANQÜILIDADE
Além do bom momento pessoal, Leandro Almeida também comemora o fato de o Atlético ter conseguido voltar a vencer no Brasileiro, o que não ocorria há três rodadas. Agora, acredita que a equipe terá tranqüilidade para terminar bem a competição. “Gostaríamos de brigar pelo título, mas, por tudo que passamos, pelas dificuldades que enfrentamos, será bom se conseguirmos terminar em oitavo lugar, repetindo a campanha do ano passado e garantindo vaga na Copa Sul-Americana.”

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