terça-feira, 25 de novembro de 2008

Um Galo pouco esperto (25/11)

Paulo Galvão - Estado de Minas

Os gols sofridos nos minutos finais da partida de domingo, na Ilha do Retiro, custaram a derrota por 3 a 0 para o Sport e a conseqüente quebra da seqüência de três vitórias do Atlético. Os jogadores alegaram que o revés foi por conta de desatenção momentânea, mas, se for isso mesmo, trata-se de um problema crônico. Afinal, nesta temporada, 23 dos 90 gols sofridos pela equipe, ou 25,55%, ocorreram nos 15 minutos finais das partidas.
Os números, aliás, mostram que o Atlético tem problemas para se manter consistente defensivamente na segunda metade dos jogos. Em 60 das 90 vezes em que teve sua rede balançada, ou em 66,66% das vezes, isso ocorreu nos 45 minutos finais.
No jogo de domingo, o Atlético conseguiu equilibrar as ações em alguns momentos, mas na maior parte do tempo foi dominado pelo Sport. Tanto que o goleiro Édson foi o melhor do time alvinegro. No segundo tempo, pouco atacou, permitindo ao adversário pressionar até abrir o placar, aos 38min. O segundo gol saiu dois minutos depois e o terceiro, aos 44min.
O técnico Marcelo Oliveira lamentou a postura de seus comandados. “Não existiu orientação para o time recuar. Pelo contrário, acreditei que poderíamos atacar e vencer a partida. O problema é que o adversário se impôs e nos encurralou, fez um gol e continuou atacando. Mas temos de lembrar que enfrentamos um time de qualidade, entrosado, e isso determinou a derrota”, argumentou o treinador atleticano, lembrando que o contra-ataque de sua equipe, que poderia ter sido letal, não funcionou.
Ele lamentou bastante a falha no primeiro gol, marcado pelo zagueiro Durval. “A jogada começou em um arremesso de lateral e deixamos de marcar o defensor deles, o que proporcionou a jogada individual muito bem-feita.”
Os jogadores continuam insistindo no discurso de que faltou apenas um pouco mais de concentração para trazer resultado melhor do Recife. “Em um momento de desatenção nossa acabamos sofrendo três gols. A equipe vinha trabalhando bem a bola, segurando o adversário, mas vacilamos e terminamos derrotados”, declarou o goleiro Édson, que trocaria a boa atuação por um resultado melhor.
VEXAMES Esta foi a sétima vez que o Atlético perdeu por três ou mais gols de diferença na temporada do centenário. Com isso, igualou a sua pior marca dos últimos tempos: a da campanha de 2000.
A série de vexames começou no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro, quando tomou 5 a 0 do Cruzeiro. Já no Campeonato Brasileiro, além dos 3 a 0 para o Sport, os desastres foram 5 a 1 para o São Paulo, 4 a 0 para o Botafogo, 6 a 1 para o Vasco – todos fora de casa – e 4 a 0 para o Grêmio, diante da torcida. Também no Mineirão, sofreu 5 a 2 do Botafogo, pela Copa Sul-Americana.

Nenhum comentário: